OPAS: febre amarela pode se propagar do Brasil para países vizinhos
Em atualização de seu alerta epidemiológico sobre a febre amarela, a Organização Pan-American da Saúde (OPAS) informou na quinta-feira (9) que mais estados brasileiros localizados em zonas de fronteira relataram epizootias — morte ou adoecimento de macacos.
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A suspeita é de que os animais foram infectados pelo vírus da febre amarela. Ocorrências representam risco de circulação do agente patogênico da doença para outros países das Américas.
Em atualização de seu alerta epidemiológico sobre a febre amarela, a Organização Pan-American da Saúde (OPAS) informou na quinta-feira (9) que mais estados brasileiros localizados em zonas de fronteira relataram epizootias — morte ou adoecimento de macacos. A suspeita é de que os animais foram infectados pelo vírus da febre amarela.
Casos foram notificados no Pará, que faz fronteira com a Guiana e o Suriname; em Roraima, estado vizinho da Venezuela; no Mato Grosso do Sul, vizinho da Bolívia e do Paraguai; no Paraná, que compartilha as divisas com Argentina e também com o Paraguai; em Santa Catarina, vizinho da Argentina; e no Rio Grande do Sul, cujo território divide seus limites com a Argentina e o Uruguai.
Segundo a OPAS, a ocorrências das epizootias nessas unidades federativas representa um risco de circulação do vírus transmissor da doença para outros países das Américas, especialmente em áreas onde o Brasil e seus vizinhos compartilham o mesmo ecossistema.
Embora a OPAS reconheça a possibilidade de uma mudança no ciclo de transmissão da febre amarela, da silvestre para a urbana, a agência regional ressalta que, até o momento, não há evidências de que o Aedes aegypti esteja implicado no atual surto.
O organismo recomenda aos Estados-membros que continuem empreendendo esforços para detectar, confirmar e tratar adequadamente os casos de febre amarela em tempo oportuno. Estratégias de saúde devem levar em conta também o contexto mais amplo, que pode incluir desafios como a circulação de diversos arbovírus — entre eles, zika, dengue e chikungunya.
A OPAS alerta para a necessidade de que os profissionais de saúde estejam atualizados e treinados para detectar e tratar ocorrências da febre amarela, sobretudo em áreas de circulação do agente patogênico. Até o momento, o Brasil foi o único país das Américas a confirmar casos da doença em 2017. Colômbia e Peru notificaram apenas episódios prováveis.
Vacina
Segundo a OPAS, a medida mais importante para prevenir a febre amarela é a vacinação. A população que vive ou se desloca para as áreas de risco deve estar com as vacinas em dia e se proteger de picadas de mosquitos. Apenas uma dose da vacina é suficiente para garantir imunidade e proteção ao longo da vida. Efeitos secundários graves são extremamente raros.
A agência lembra que pessoas com mais de 60 anos só devem receber a vacina após avaliação cuidadosa de risco-benefício.
A vacina contra a febre amarela não deve ser administrada em:
Pessoas com doença febril aguda, cujo estado de saúde geral esteja comprometido;
Pessoas com histórico de hipersensibilidade a ovos de galinha e/ou seus derivados;
Mulheres grávidas, exceto em uma emergência epidemiológica e em situações em que há recomendação expressa de autoridades de saúde;
Pessoas severamente imunodeprimidas por doenças (por exemplo, câncer, AIDS, etc.) ou medicamentos;
Crianças com menos de seis meses de idade; a OPAS recomenda consultar a bula do laboratório da vacina;
Pessoas de qualquer idade com uma doença relacionada ao timo
A OPAS recomenda que as autoridades nacionais realizem uma avaliação da cobertura vacinal contra a febre amarela em áreas de risco, a fim de concentrar a distribuição do tratamento nas zonas mais críticas. A agência também considera importante manter um estoque de vacinas a nível nacional para responder a possíveis surtos. A OPAS não indica qualquer restrição de viagens ou comércio a países com surtos de febre amarela.
Fonte:OPAS