Apesar de todas as declarações do governo Brasileiro afirmarem que o país era autossuficiente e que a produção e a existência da vacina contra Febre Amarela atenderiam a toda a população, a realidade atual parece ser outra.
Vacina contra Febre Amarela |
17 de março de 2017 – O Grupo de Coordenação Internacional (GCI) para o Fornecimento de Vacinas aprovou o envio de 3.504.607 doses de vacina contra febre amarela para o Brasil. Elas serão destinadas às áreas priorizadas pelo Brasil. O envio atende a um pedido do Ministério da Saúde brasileiro. As vacinas vão reforçar os estoques nacionais e a previsão é que cheguem ao país na próxima semana.
As doses serão transportadas de avião da França até a Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Insumos (Cenadi), localizada no Rio de Janeiro, e depois repassadas às áreas priorizadas.
O GCI é constituído por quatro agências: Organização Mundial da Saúde (OMS), Federação Internacional da Cruz Vermelha e Sociedades do Crescente Vermelho (IFRC), Médicos Sem Fronteiras (MSF) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), com secretariado da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS).
Atualmente, o Brasil é afetado apenas pela febre amarela silvestre – transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Até o momento não há qualquer evidência de que o mosquito Aedes aegypti esteja envolvido na transmissão.
Além do Brasil, cinco outros países das Américas – Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Suriname – notificaram casos de febre amarela neste ano. A OPAS/OMS tem trabalhado para apoiar os países na resposta à doença. No momento, há equipes da organização em diversas áreas afetadas do Brasil, trabalhando com as autoridades de saúde nacionais e locais.
Vacina
A medida mais importante para prevenir a febre amarela é a vacinação. Quem vive ou se desloca para as áreas de risco deve estar com as vacinas em dia e se proteger de picadas de mosquitos. Para a OPAS/OMS, apenas uma dose da vacina é suficiente para garantir imunidade e proteção ao longo da vida. Efeitos secundários graves são extremamente raros.
- Pessoas com mais de 60 anos só devem receber a vacina após avaliação cuidadosa de risco-benefício. A vacina contra a febre amarela não deve ser administrada em:
- Pessoas com doença febril aguda, cujo estado de saúde geral está comprometido
- Pessoas com histórico de hipersensibilidade a ovos de galinha e/ou seus derivados
- Mulheres grávidas, exceto aquelas com avaliação de alto risco de infecção e situações em que há recomendação expressa de autoridades de saúde
- Pessoas severamente imunodeprimidas por doenças (por exemplo, câncer, aids etc.) ou medicamentos
- Crianças com menos de 6 meses de idade (consulte a bula do laboratório da vacina)
- Pessoas de qualquer idade com uma doença relacionada ao timo
Dada a atual situação da febre amarela no Brasil e o surgimento de casos em áreas que passaram anos sem registros, a OPAS – Escritório Regional da OMS – insta os Estados Membros a continuar os esforços para detectar, confirmar e tratar adequadamente e de maneira oportuna os casos de febre amarela. Para isso, é importante que os profissionais de saúde estejam atualizados e capacitados para detectar e tratar casos, especialmente em áreas de circulação do vírus causador da doença.