Aspectos Gerais dos Arbovirus Emergentes :
VÍRUS DENGUE (DENV),ENCEFALITE DE SAINT LOUIS (SLEV),VÍRUS ROCIO (ROCV).VÍRUS OESTE DO NILO (WNV),VÍRUS CACIPACORE (CACV), ILHEUS (ILHV), BUSSUQUARA (BUSV) E IGUAPE (IGUV). VÍRUS MAYARO (MAYV),VÍRUS ENCEFALITE EQUINA DO LESTE (EEEV),VÍRUS OROPOUCHE (OROV)
Arboviroses mais estudadas no Brasil nas últimas décadas (Quadro 1) |
Características gerais e epidemiologia dos arbovírus emergentes no Brasil
RESUMO
Arbovírus (Arthropod-borne virus) são assim designados pelo fato de parte de seu ciclo de replicação ocorrer nos insetos, podendo ser transmitidos aos seres humanos e outros animais pela picada de artrópodes hematófagos. Dos mais de 545 espécies de arbovírus conhecidos, cerca de 150 causam doenças em humanos. As arboviroses têm representado um grande desafio à saúde pública, devido às mudanças climáticas e ambientais e aos desmatamentos que favorecem a amplificação, a transmissão viral, além da transposição da barreira entre espécies. Neste trabalho de revisão discorremos sobre as características gerais, patogenia e epidemiologia dos arbovírus e das infecções resultantes, que têm emergido ou reemergido no Brasil nas últimas décadas. Pela potencial ameaça que significam à saúde humana no Brasil, os arbovírus mencionados neste trabalho merecem especial atenção no que refere ao estabelecimento/consolidação de programas compulsórios de controle e combate eficazes das doenças em humanos e animais domésticos.
Palavras-chave: Arbovírus; Bunyaviridae; Flaviviridae; Togaviridae; Epidemiologia.
INTRODUÇÃO
Arbovírus são vírus transmitidos por artrópodes (Arthropod-borne virus) e são assim designados não somente pela sua veiculação através de artrópodes, mas, principalmente, pelo fato de parte de seu ciclo replicativo ocorrer nos insetos. São transmitidos aos seres humanos e outros animais pela picada de artrópodes hematófagos. Os arbovírus que causam doenças em humanos e outros animais de sangue quente são membros de cinco famílias virais: Bunyaviridae, Togaviridae, Flaviviridae, Reoviridae e Rhabdoviridae1.
Estima-se que haja mais de 545 espécies de arbovírus, dentre as quais, mais de 150 relacionadas com doenças em seres humanos, sendo a maioria zoonótica. São mantidos em ciclo de transmissão entre artrópodes (vetores) e reservatórios vertebrados como principais hospedeiros amplificadores2,3.
As arboviroses têm se tornado importantes e constantes ameaças em regiões tropicais devido às rápidas mudanças climáticas, desmatamentos, migração populacional, ocupação desordenada de áreas urbanas, precariedade das condições sanitárias que favorecem a amplificação e transmissão viral1. São transmitidas pelo sangue de pacientes virêmicos, por insetos hematófagos, o que não deixa de ser uma preocupação na doação de sangue em áreas endêmicas2. Casos de transmissão do vírus Oeste do Nilo (WNV) entre seres humanos, por meio de transfusões de sangue e transplante de órgãos, têm sido relatados, entretanto todos os arbovírus que produzem viremia são potencialmente passíveis de desencadearem infecções iatrogênicas4,5.
O único continente onde os arbovírus não são endêmicos é o Antártico. Estes vírus tendem a ter uma distribuição geográfica e climática restrita, como parte de um subsistema ecológico especial representado pelos vírus, vetores, hospedeiros amplificadores e reservatórios1.
O Brasil é constituído por uma grande extensão terrestre (pouco mais de 8.500.000 km2), situado em uma área predominantemente tropical, com extensas florestas na Região Amazônica, além de florestas no leste, sudeste e litoral sul. Apresenta também uma grande região de pântano (Pantanal) no centro-oeste, uma região de savana (Cerrado), na área do planalto central, e uma região seca (Caatinga) no interior nordestino. A maior parte do País tem um clima tropical, sendo um local adequado para a existência do vetor e, portanto, para a ocorrência de arboviroses6.
As manifestações clínicas das arboviroses em seres humanos podem variar desde doença febril (DF) indiferenciada, moderada ou grave, erupções cutâneas e artralgia (AR), a síndrome neurológica (SN) e síndrome hemorrágica (SH). A DF geralmente se apresenta com sintomas de gripe, como febre, cefaleia, dor retro-orbital e mialgia. A SN pode manifestar-se como mielite, meningite e/ou encefalite, com mudanças de comportamento, paralisia, paresia, convulsões e problemas de coordenação. A AR manifesta-se como exantema ou rash maculopapular, poliartralgia e poliartrite, enquanto que a SH é evidenciada pelas petéquias, hemorragia e choque combinado com uma redução intensa de plaquetas2.
Neste trabalho de revisão são exploradas as características gerais dos vírus, a patogenia e a epidemiologia das arboviroses mais estudadas no Brasil nas últimas décadas (Quadro 1).
FONTE: Nayara Lopes; Carlos Nozawa; Rosa Elisa Carvalho Linhares Laboratório de Virologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, Brasil Scielo
Aspectos Gerais dos Arbovirus Emergentes : Dengue,Encefalite de Saint Louis,Rocio,Oeste do Nilo,Mayaro Mário Augusto on 18 maio . podendo ser transmitidos aos seres humanos e outros animais pela picada de artrópodes hematófagos Arbovírus (Arthropod-borne virus) são assim designados pelo fato de parte de seu ciclo de replicação ocorrer nos insetos, 5 out of 5 based on 5 ratings.