A infecção por Zika no útero pode prejudicar o cérebro fetal.
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O Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas disse na segunda-feira que os cientistas tentariam responder a essa pergunta realizando o primeiro grande estudo financiado pela agência. Centenas de bebês na Guatemala, onde Zika ainda está circulando, serão examinados pelo menos por um ano e serão comparados com outro grupo de crianças menores de 5 anos. "Estamos cadastrando bebês nos primeiros três meses de vida e suas mães ... realmente estamos tentando entender o que acontece com esses bebês em termos de crescimento e efeitos neurológicos e se eles se infectaram com Zika no início da gravidez", informa o Dr. Flor Muñoz, professor de doenças infecciosas pediátricas no Baylor College of Medicine, em Houston.
Os Centros para o Controle e Prevenção de Doenças relataram que crianças, como adultos, apresentam sintomas muito leves quando contraem Zika. Mas há razões para acreditar que a infecção pode ser insegura para o cérebro de crianças. O vírus é neurotrópico - é atraído e ataca células no sistema nervoso central. O cérebro de uma criança pequena continua a se desenvolver nos primeiros dois anos após o nascimento. Um caso no Brasil no ano passado suscitou preocupações sobre o impacto de Zika sobre os bebês. Um bebê nascido de uma mulher infectada durante a gravidez parecia normal, embora tivesse o vírus Zika em seu sangue no nascimento e por alguns meses depois. Com o passar do tempo, o bebê desenvolveu alguns dos problemas observados com a síndrome congênita de Zika. Mas não ficou claro se o dano ocorreu no útero ou se o vírus continuou a atacar o cérebro após o nascimento. Se a infecção de Zika na infância é perigosa para o desenvolvimento dos cérebros, o conselho atual de que as mulheres grávidas evitem viajar para lugares onde a Zika está se espalhando provavelmente seria expandido para incluir crianças pequenas também.
Fonte:https://www.nih.gov/news-events/news-releases/study-examine-effects-zika-infection-guatemalan-infants-children