Gastando nosso dinheiro
BRASÍLIA – Esta semana a principal pauta aqui em Brasília é o escândalo envolvendo ministros do Tribunal de Contas da União e vergonhoso gasto do dinheiro público com viagens e mordomias inaceitáveis. O pior que tudo isso acontece no órgão superior que deveria cuidar da gastança do dinheiro do país pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Não cumpre o seu papel institucional e também não faz com que os demais cumpram. Volta, diante desse novo escândalo, a pauta de extinção dos Tribunais de Contas, por sua real desnecessidade de existir. A matéria, já apresentada e arquivada nas gavetas sujas do Congresso Nacional, tende a receber uma moção com milhares de assinaturas de brasileiros inconformados com a bandalheira nacional. Os ministros do TCU, que deveriam dar o exemplo e combater a imoralidade, já gastaram só este ano mais de 500 mil reais com passagens e diárias. Fiz contato com a assessoria de imprensa do TCU e obtive algumas informações.
As viagens imorais dos ministros
(BRASÍLIA) - Doze dias em Paris e Lisboa com tudo pago. Dez dias na Austrália, sem custo nenhum. Dois meses inteiros nos Estados Unidos pra fazer um curso pago com dinheiro público. Esses são só alguns exemplos de viagens recentes dos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU). Em 2017, o campeão de viagens é o ministro Aroldo Cedraz. Em seis meses, foram 61 dias viajando, 56 deles no exterior. Onze dias nas Bahamas, 17 em Lisboa, 13 em Viena, 12 em Amsterdã e quatro em Bogotá. Foram mais de R$ 72 mil em diárias e passagens bancadas com dinheiro público. A justificativa é sempre a participação em seminários internacionais. O problema é que esses eventos costumam durar dois ou três dias. Cedraz ficou 12 dias na Holanda para um evento da ONU que durou apenas um dia. Em dois anos e meio, ele ficou 171 dias no exterior, passando por 17 países.
Para Roberto Romano, professor de Ética e Filosofia na Unicamp, o abuso torna-se ainda mais grave porque o TCU é um órgão fiscalizador:
"É muito típico de um Estado que não é republicano, não é democrático, e no qual não impera a responsabilização dos operadores. São privilégios para magistrados, deputados, senadores, governadores etc. E, nesse caso, particularmente, é escandaloso porque se trata de pessoas que controlam o gasto do dinheiro público em nome do parlamento. Essa prática de fazer turismo com dinheiro do povo tem que acabar rapidamente."
Coluna Pedro Oliveira
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Atenção: Este é um texto pessoal da Coluna do Jornalista Pedro Oliveira, e as visões desta matéria não necessariamente refletem a opinião do Blog AR NEWS