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Surto de febre amarela silvestre ameaça macacos, que não transmitem a doença, mas funcionam como sentinelas para autoridades |
Brasil não vacina animais silvestres contra doenças. Para especialistas, medida ajudaria a cortar a circulação da febre amarela
Depois de dezenas de mortes suspeitas de macacos, que poderiam ter sido vítimas da febre amarela, e da corrida da população a postos de saúde em São Paulo para tentar se imunizar contra a doença, especialistas em doenças tropicais no Brasil levantam uma questão: por que não vacinar também os macacos contra o vírus?
Os primatas são hospedeiros do vírus da febre amarela. Eles não o transmitem a outros macacos ou a seres humanos diretamente. O contagio só aconteceria se um mosquito picasse o macaco infectado e, na sequência, picasse uma pessoa. Mas evitar que os macacos se contaminem com o vírus poderia, sim, ser uma maneira de aumentar a proteção à população das cidades.
"Há estudos no país para avaliar a eficiência da vacina em macacos e poderíamos facilmente ajustar a dose para cada uma das espécies que ocorrem em áreas verdes da cidade", diz o virologista Edison Luiz Durigon, professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo.