Assessores da OMS suspenderam por enquanto a Dengvaxia
O grupo estratégico de especialistas em imunização da Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que Dengvaxia, a controversa vacina contra a dengue, não deve ser usada até que os médicos possam confirmar a infecção prévia por dengue no momento da administração.
Um teste no atendimento determinaria o status de dengue do receptor, e somente aqueles que já tiveram o vírus seriam vacinados.
"Agora temos informações claras de que a vacina precisa ser tratada de maneira mais clara, usando-a exclusiva ou quase exclusivamente em pessoas que já foram infectadas com dengue", disse Alejandro Cravioto, MD, presidente da SAGE.
Necessário: prova de infecção prévia
O anúncio cimenta uma decisão provisória em dezembro passado, segundo a qual a OMS apenas apoiou a vacinação em pessoas com provas de infecção prévia.
Os consultores do SAGE disseram que a possibilidade desta recomendação datava de 2016, quando a Sanofi forneceu dados à OMS que mostraram que em pacientes virgens de dengue (principalmente crianças) a vacina pode atuar como uma infecção primária, levando a infecções subsequentemente mais graves. Naquela época, a recomendação era administrar a vacina a qualquer pessoa com 9 anos ou mais, com base na probabilidade de que crianças em países endêmicos teriam sido infectadas por dengue antes de seu nono aniversário.
A exposição prévia à dengue não é protetora, mas pode melhorar as infecções subsequentes, um fenômeno conhecido como aumento dependente de anticorpos (ADE).
A Sanofi negou essas alegações, mas também recomendou em dezembro passado que a vacina seja usada apenas em pessoas com infecções anteriores.
Uso da vacina em saúde pública ainda é valioso
Cravioto disse que o SAGE ainda defende o uso na saúde pública de Dengvaxia em pessoas com um status de dengue conhecido.
As Filipinas foram um dos primeiros países a iniciar um programa nacional de imunização contra a dengue assim que a vacina foi aprovada, e as autoridades examinaram as mortes de várias crianças em idade escolar para determinar se suas infecções graves por dengue foram resultado do uso de vacinas .
"Estamos em contato próximo com as autoridades das Filipinas", disse Cravioto. "Estamos monitorando a situação."
Fonte:CIDRAP
Fonte:CIDRAP