Tuberculose Pulmonar |
Nas últimas décadas, desde a reemergência da tuberculose no mundo, o ano de 2015 tornou-se um novo marco na história da tuberculose (TB) quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs acabar com a tuberculose como um problema de saúde pública.
O recrudescimento da tuberculose em consequência da epidemia de aids e os seus efeitos devastadores nas pessoas vivendo com o HIV, dentre eles a alta letalidade; o aumento do número de casos de tuberculose resistente aos medicamentos e a concentração da TB em populações mais vulneráveis socialmente, levaram a priorização no combate à tuberculose, seja em nível global ou nacional.
Pela primeira vez em décadas surgem novidades nos campos diagnósticos e terapêuticos: testes rápidos moleculares, novos fármacos desenvolvidos especificamente para o tratamento da TB, inúmeras vacinas preventivas e terapêuticas em fase de desenvolvimento, novos regimes encurtados sendo testados em ensaios clínicos multicêntricos, enfim, em um cenário sempre tão carente de novidades, começa a florescer a esperança.
Nesse contexto, o Brasil tem um papel extremamente relevante. Na Assembleia Mundial da Saúde do ano de 2014, na sede da OMS em Genebra, o país foi o principal proponente de uma nova estratégia global de combate à doença, chamada de Estratégia
Fim da Tuberculose (End TB Strategy). A proposta foi aprovada por unanimidade pelos países membros das Nações Unidas e tem como visão um mundo livre da tuberculose até o ano de 2035.
A nova estratégia, além de metas extremamente ousadas, traz o enfrentamento dos determinantes sociais e a inovação como base de seus três pilares. A inovação está presente na atenção centrada nos pacientes; no estímulo crescente à pesquisa e a adoção de novas tecnologias; e na introdução de um novo componente capaz de potencializar o efeito das demais medidas: a utilização da proteção social como ferramenta de apoio aos pacientes e às comunidades afetadas. Passa-se, efetivamente, a encarar a tuberculose como um fenômeno multicausal que extrapola o campo biomédico.
O Brasil vem buscando nas articulações intersetoriais a resposta para a epidemia concentrada que temos em algumas populações, especialmente na população indígena, na população privada de liberdade, nas pessoas em situação de rua, nas pessoas vivendo com o HIV e naqueles vivendo em situação de extrema pobreza, todos com riscos muitas vezes aumentados de desenvolver a doença.
Obs: Leitura recomendada pelo Dr. Celso Tavares
Manual de controle da TB 2018