"É importante analisar as ocorrências iatrogênicas, não para achar culpados mas para descobrir lacunas dentro dos processos, que devem ser revistos e analisados em benefício do paciente e de toda a equipe envolvida"
Cartilha de Segurança do Paciente |
A)Identificando os riscos do paciente hospitalizado
Os dados foram coletados após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (FR162929) do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).
INTRODUÇÃO
Os profissionais de Saúde se preocupam cada vez mais com a segurança de seus pacientes no ambiente hospitalar. Na medida em que evoluímos tecnologicamente, aumentam as exigências de segurança e de controle dentro dos hospitais.
Nos anos 1990, aumentou a abordagem sensacionalista na mídia sobre erros na Saúde e houve um crescimento das contendas judiciais, tanto em número de processos quanto no valor financeiro das indenizações.
O paciente tornou-se mais contestador e exigente, forçando uma mudança de atitude dos prestadores de serviços. Muitas são as condições facilitadoras para que ocorram erros no âmbito hospitalar. Há uma interdependência entre os profissionais envolvidos e cada um acredita que o outro faz sua parte – um exemplo são os erros de medicação: o farmacêutico acredita que o médico prescreveu o medicamento correto; quem prepara acredita que o farmacêutico já realizou a triagem; a equipe de enfermagem, que administra o medicamento, não faz a dupla checagem, pois crê que quem preparou confirmou todos os itens (medicamento correto, dose, hora e paciente), até o momento em que o erro é detectado e se torna inevitável escondê-lo. A partir daí, surge grande pressão para se descobrir o culpado – normalmente um ou mais indivíduos representantes de uma equipe. Pela necessidade rápida de resolução, encontrar a causa e um responsável é muito mais fácil e rápido do que rever e reestruturar processos. Os profissionais associam falhas em suas atividades a vergonha, punições e perda de prestígio. A maioria dos eventos adversos pode ser evitada, pois muitas vezes estes são resultantes de deficiências no sistema, e não exclusivamente de falhas humanas. Em relação aos eventos com equipamentos médicos, ocorrem falhas no desempenho dos aparelhos, como o não acionamento dos alarmes em equipamentos de monitorização e de suporte de vida, erros nas bombas de infusão relacionada à vazão, choque elétrico no paciente ou equipe, entre outros.
A notificação de erros é uma prática adotada em vários países, em busca da diminuição dos mesmos.
Sabe-se que erros notificados não representam o todo ocorrido na prática, devido à subnotificação. O objetivo da notificação de erros é encontrar as causas, ou seja, o que levou à ocorrência dos erros, quais foram as falhas ocorridas no processo. Após a identificação das causas, são implementadas estratégias de ação e correção dos processos envolvidos para evitar que as mesmas falhas se repitam e que erros semelhantes ocorram, afetando outros pacientes. Por este motivo, a notificação se torna um aliado à prática hospitalar, pois identifica as falhas nos processos e evita que novos erros ocorram.
É importante analisar as ocorrências iatrogênicas, não para achar culpados mas para descobrir lacunas dentro dos processos, que devem ser revistos e analisados em benefício do paciente e de toda a equipe envolvida
. Deve-se prevenir os riscos, identificando-os, analisando a origem e propondo ações preventivas.
A análise dos riscos tem como objetivo estimar fatores que interferem na segurança e os potenciais danos que o mesmo acometerá ao indivíduo; tais avaliações servem de subsídios para controle e prevenção dessa exposição. Gestão de risco é todo processo de identificação, análise e controle. O controle e a efetividade da gestão de risco só é possível se houver comprometimento de todos os envolvidos, como fabricantes, administradores hospitalares, engenheiros clínicos, além da equipe de Saúde, para cumprir os requisitos estabelecidos.
B) SEGURANÇA NO AMBIENTE HOSPITALAR
Acidente no ambiente hospitalar é fato. Estes envolvem o profissional da área da saúde como também pacientes, visitantes, instalações e equipamentos.
Essa situação tem ocorrido e sido registrada, com frequência, em países desenvolvidos. Visando compreender a origem destas lamentáveis situações, será apresentado um breve histórico sobre a evolução da estrutura hospitalar que atende a grandes populações.
A complexidade dos temas que envolvem à segurança no ambiente hospitalar, exige um tratamento multiprofissional, tanto para a tomada de decisões técnicas, como para as administrativas, econômicas e operacionais.
. RISCOS NO AMBIENTE HOSPITALAR
Além das preocupações legais em definir os riscos existentes no ambiente hospitalar, é importante inventariá-los de forma objetiva e racional. Para tanto, é preciso ressaltar algumas definições de termos que servirão de base para indicarmos e conhecermos os riscos existentes no ambiente hospitalar.
- “Risco é uma ou mais condições de uma variável com potencial necessário para causar danos. Esses danos podem ser entendidos como lesões a pessoas, danos a equipamentos e instalações, danos ao meio ambiente, perda de material em processo, ou redução da capacidade de produção”
- . Risco “expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período de tempo ou número de ciclos operacionais”
- . Pode significar ainda “incerteza quanto à ocorrência de um determinado evento” ou a “chance de perda que uma empresa está sujeita na ocorrência de um acidente ou série de acidentes”.
Como foi dito, a palavra “risco” indica, normalmente, a possibilidade de existência de perigo. Fica melhor definida, quando se lhe acrescentam alguns advérbios que traduzem especificamente a natureza do risco, como por exemplo: risco de choque elétrico (risco físico), risco de incêndio (químico), risco de queda (mecânico), risco de contaminação por hepatite B e HIV (risco biológico).
Link : Anvisa
C) O processo de construção de mapas de risco em um hospital público
A metodologia do mapa de risco presta-se à implementação e reforço de medidas de biossegurança, vigilância em saúde do trabalhador e qualidade total, uma vez que cria ou reforça uma consciência do risco que todas essas disciplinas valorizam, e das capacidades individuais e, em alguma medida, coletivas de modificar esses risco
Metodologias participativas de avaliação de riscos trazem à tona diagnósticos que comportam três dimensões:
- as relacionadas aos ambientes e processos de trabalho (uma dimensão técnica);
- as referentes às relações de trabalho (uma dimensão política);
- e aquelas relacionadas às dimensões subjetivas.
A construção do mapa de risco possibilitou a reflexão sobre o processo de trabalho nos vários setores expostos a diferentes graus de estresse, imprecisão das tarefas e necessidade de decisões rápidas para, ao final, possibilitar a proposta coletiva de medidas preventivas e corretivas.
O mapa de risco constituiu-se, portanto, em um referencial "prescrito" não apenas para ser "cumprido conforme o planejado", mas para propiciar uma mudança perceptual sobre os riscos e servir como base para reflexão e construção de novos conhecimentos
D) CARTILHA DE SEGURANÇA DO PACIENTE : HOSPITAL SÃO LUCAS
Esta Cartilha foi desenvolvida para orientá-lo sobre os cuidados aos quais você será submetido durante a sua internação ou passagem pelo hospital.Nesta cartilha, você encontrará informações e procedimentos básicos que devem ser seguidos por você, familiares, visitantes e por toda a equipe de profissionais do hospital. Além disso, a Cartilha vai ajudá-lo a entender o que é segurança do paciente,como se proteger, o que perguntar, entre outros tópicos importantes.Ajude-nos a cuidar de você da melhor maneira possível. Fique atendo a todos os procedimentos aos quais você será submetido
O QUE É SEGURANÇA DO PACIENTE?
Quando um hospital recebe um paciente, a principal preocupação da instituição é que ele não seja colocado em risco durante o cuidado.
Uma eventual queda, por exemplo, é uma dessas situações não intencionais decorrentes do processo de cuidado, que pode acabar prolongando seu tempo de internação no hospital.Por essa razão, algumas iniciativas importantes são adotadas e você pode nos ajudar a evitar situações indesejáveis.
QUEDAS
As quedas são eventos que podem causar várias lesões nos pacientes internados no hospital. Algumas pessoas têm maior probabilidade ou risco de sofrer uma queda por conta da idade, dificuldades para locomoção, ou por estar sob efeito de medicamentos, etc. Por essa razão, medidas para prevenir as quedas são muito importantes e você pode nos ajudar.
VEJA ALGUMAS ORIENTAÇÕES PARA QUE VOCÊ NÃO CAIA NO HOSPITAL:
- Siga sempre as orientações e recomendações da equipe de profissionais que está cuidando de você.
- Evite CAMINHAR sozinho , peça sempre ajuda a alguém.
- Levante lentamente da cama, sempre com ajuda de seu acompanhante ou da enfermagem.
- Use calçados com solado antiderrapante.
- Mantenha a campainha e objetos de uso pessoal, como celular, relógio, entre outros,próximos a sua cama.
- Mantenha a cama na posição baixa e com as grades elevadas.
O SEU ACOMPANHANTE TAMBÉM PODE COLABORAR:
- Siga sempre as orientações e recomendações da equipe de profissionais que está cuidando do paciente.
- Peça ajuda da enfermagem para retirar o paciente da cama.
- Não deixe o paciente ir sozinho ao banheiro.
- Nunca deixe o paciente sozinho.
- Caso precise se ausentar, comunique a enfermagem.
LINK : Cartilha de Segurança do Paciente
FONTES:
LINK : Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).
Link : Anvisa
LINK :Hospital São Lucas Cartilha de Segurança do Paciente
RISK OF BED FALLS IN ADULT PATIENTS AND PREVENTION MEASURES
RIESGO DE CAÍDAS DE LA CAMA EN PACIENTES ADULTOS Y MEDIDAS DE PREVENCIÓN
Andressa Midori Sakai1
, Mariana Ângela Rossaneis2
, Maria do Carmo Fernandez Lourenço Haddad3
, Dagmar
Willamowius Vituri4
LINK: Anexo 01: PROTOCOLO PREVENÇÃO DE QUEDAS*
* Protocolo elaborado pela equipe técnica do PROQUALIS
Ministério da Saúde/ Anvisa/ Fiocruz
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