A testagem para coronavírus pode ser a chave para vencer o surto pandêmico no Brasil
Quem está doente por coronavírus SARS-COV-2 ?
É exatamente o tipo de coisa que os profissionais de saúde pública gostariam de saber. Quem está doente? Quem está grave? Qual a velocidade da propagação da doença?
A testagem para coronavírus pode ser a chave para vencer a pandemia |
Mas no Brasil, ninguém tem boas respostas, por uma razão simples, mas aterradora: não há testes suficientes. Diferentemente da gripe, ou de coronavírus anteriores, como SARS ou MERS, ou doenças sexualmente transmissíveis, ou uma série de outras infecções, os profissionais de saúde não têm como descobrir se uma pessoa sentada à sua frente tem Covid-19 ou não. Essa tecnologia realmente existe e é relativamente simples.Infelizmente a população não têm acesso a ela.
No momento, quatro meses após uma pandemia global, e 30 dias desde o primeiro caso no Brasil, médicos e profissionais de saúde não têm como testar todos para ver se eles têm Covid-19.
A OMS na primeira quinzena de março pediu aos países que acelerem os testes para conter a disseminação do coronavírus, à medida que mais governos impuserem bloqueio .Disse ainda que a população devia parar de viajar . Mas o Brasil já disse que não tem condições de cumprir essa determinação!
Esse déficit limita o que os cientistas sabem sobre a doença - e, portanto, como combatê-la. O Brasil pode estar por trás de uma curva assustadora de uma potencial explosão de números de infecções. Uma grande porcentagem de Brasileiros ficará doente o suficiente para exigir hospitalização, e alguns deles vão morrer. A grande maioria não teve acesso aos testes para tentar superar esse problema, e o Brasil não tem agora testes suficientes para saber o tamanho de uma onda ainda por vir. As razões são científicas e políticas, e serão necessárias ciência e política hábeis para corrigi-las.
Em termos gerais, a resposta a um surto de doença infecciosa tem duas fases principais: contenção e mitigação.
A fase de contenção acontece cedo, quando casos iniciais começam a aparecer. Os profissionais de saúde pública encarregados da vigilância fazem entrevistas para determinar todas as pessoas com as quais uma pessoa infectada pode ter entrado em contato,para notificá-las e isolá-las ou tratá-las, em um esforço para reduzir a disseminação. Sem a capacidade de testar se as pessoas estão infectadas, os profissionais de saúde não podem efetivamente isolar essas redes de contaminação e disseminação furtiva da doença.
Na segunda fase, quando a doença já se espalhou além da capacidade de qualquer sistema de saúde pública de investigar e lidar com casos individuais, as pessoas precisam entender o que estão enfrentando. Sem a capacidade de testar um grande número de pessoas, é difícil calcular quantos doentes precisarão de hospitalização ou provavelmente morrerão. Não tem como obter a curva real da incidência e a prevalência,além de prejudicar o percentual real do grau da mortalidade .Esses números estarão (figurativa e literalmente) em todo o mapa. Com o Covid-19, a porcentagem estimada de pessoas infectadas que morrem da doença ou seja a "taxa de mortalidade de casos" variou de menos de 1% a 15%, dependendo da profundidade dos testes realizados por cada país e da quantidade de dados que eles realmente lançaram. Muitos fatores podem explicar essa variação, do bem-estar geral de uma população: à demografia e o sistema de saúde do país estudado. Seria bom saber qual porcentagem está correta.
À medida que a doença passa de indivíduos para populações inteiras, o objetivo de medidas de mitigação, como distanciamento social, cancelamento de grandes eventos, fechamento de escolas e orientação para que as pessoas trabalhem em casa é, com certeza, diminuir o número de infecções, e também “achatar as curva ”, como dizem os epidemiologistas. Essa curva é o número de pessoas doentes em um determinado momento, e a melhor coisa que poderia acontecer agora seria esmagar esse apocalipse, não necessariamente reduzindo o número total de infecções, mas espaçando-as e diminuindo a velocidade. Isso tem que ocorrer porque os hospitais do Brasil possuem equipes médicas, equipamentos e espaços limitados , com apenas 1,95 leitos hospitalares por 1.000 pessoas. "A Itália tem 60% mais leitos de hospital para cada mil habitantes do que o Brasil, e mesmo assim sofre com o coronavírus. O Japão, campeão mundial, conta com seis vezes mais do que a gente."
As medidas drásticas de supressão também criam esperança de que, com mais tempo para resolver o problema, novos leitos possam ser criados no país e tratamentos possam ser descobertos.
Maceió,27 de março de 2020
Mário Augusto
#FiqueEmCasa
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