Segundo o estudo em 13 estados, Amazonas, Amapá e Tocantis (Norte), Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, e Rio Grande do Norte (Nordeste), Espírito Santo e Rio de Janeiro (Sudeste), Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Sul), há pelo menos uma macrorregião com tendência de curto e/ou longo prazo com sinal moderado (probabilidade > 75%) ou forte (probabilidade > 95%) de crescimento.
Boletim
Semanal
Semana 39 de 2020
A definição de SRAG no BRASIL segue o padrão da Organização Mundial da Saúde, de forma a manter a comparatibilidade entre dados de distintos países.
Segundo essa definição, são classificados como casos de SRAG pacientes que apresentem Febre E (Tosse OU dor de garganta) E (Dispnéia OU saturação de oxigênio < 95% OU dificuldade respiratória) E que tenham necessitado hospitalização ou que vieram a óbito tendo apresentado esse quadro de sintomas, independentemente de hospitalização.
Casos de COVID-19, especialmente em adultos, podem não apresentar quadro febril e, portanto, seguindo recomendação do Ministério da Saúde
o InfoGripe passa a reportar também relatório de situação para os casos
notificados independente de apresentar febre. Tais critérios podem ser alterados futuramente de acordo com decisões técnicas das equipes envolvidas no desenvolvimento e processamento de dados do InfoGripe.
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) |
“A tendência de longo prazo avalia possíveis variações em períodos de seis semanas consecutivas, enquanto a de curto prazo analisa períodos de apenas três semanas consecutivas”, explicou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Com relação ao cenário nacional, o Brasil permanece na zona de risco, com ocorrências semanais muito altas em todas as regiões do país. No entanto, o número de óbitos e de casos notificados de SRAG por Covid-19 (independentemente de presença de febre) apresenta sinal de queda. "A situação nas regiões e estados do país é bastante heterogênea. Portanto, o dado nacional não é um bom indicador para definição de ações locais", informa o boletim.
Os dados apontam ainda que Florianópolis (SC) apresentou sinal forte de crescimento no longo prazo (prob. > 95%) e moderado no curto prazo (prob. > 75%). Nas capitais Aracaju (SE), Fortaleza (CE), Macapá (AP) e Manaus (AM), o sinal é de crescimento para a tendência de longo prazo (prob. > 75%).
“Aracaju, Fortaleza e Manaus já haviam apresentado sinal de crescimento no último boletim. No entanto, Manaus, que mostrou tal registro nas últimas seis semanas em relação à tendência de longo prazo, na última semana apresenta tendência de queda no curto prazo”, informou Marcelo Gomes. “Mesmo com sinal de estabilização na última semana, Recife e Rio de Janeiro apresentaram tendência de crescimento no longo prazo”.
Em particular sobre a capital do Rio de Janeiro, o pesquisador chama atenção para as novas medidas de flexibilização anunciadas na primeira semana de outubro. Marcelo observou que essas medidas podem vir a retomar ou, eventualmente, intensificar a tendência de crescimento observada nas últimas semanas, devido a uma maior interação entre a população local.
Segundo o estudo, em 14 das 27 unidades federativas, a tendência de curto e longo prazo é de queda ou estabilização. Nos demais 13 estados, Amazonas, Amapá e Tocantis (Norte), Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, e Rio Grande do Norte (Nordeste), Espírito Santo e Rio de Janeiro (Sudeste), Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Sul), há pelo menos uma macrorregião com tendência de curto e/ou longo prazo com sinal moderado (probabilidade > 75%) ou forte (probabilidade > 95%) de crescimento.
“Como já relatado em boletins anteriores, identificamos diferença significativa entre as notificações de SRAG no estado do Mato Grosso registradas no sistema nacional Sivep-Gripe e os registros apresentados no sistema próprio do estado. Tal diferença se manteve até a presente atualização”, alertou o pesquisador.
Casos de SRAG no país
Em 2020, já foram reportados 473.222 casos, sendo 258.181 (54,6%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 142.891 (30,2%) negativos, e cerca de 42.240 (8,9%) permanece em aguardo de resultado laboratorial. Levando em conta a oportunidade de digitação, estima-se que já ocorreram 501.366 casos de SRAG, podendo variar entre 492.630 e 515.375 até o término da Semana Epidemiológica 39. Entre os casos positivos de SRAG,0,5% foram por Influenza A; 0,2% Influenza B; 0,4% vírus sincicial respiratório (VSR); e 97,6% Sars-CoV-2 (Covid-19).
IPSIS LITTERIS _ FIOCRUZ - Regina Castro (CCS/Fiocruz)