Jogos Olímpicos de Inverno: Atletas aconselhados a usar telefones descartáveis em Pequim
Uma mulher tira uma selfie em frente a uma exibição de Bing Dwen Dwen, mascote dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022, no Parque Olímpico de Pequim, em 18 de janeiro de 2022. Foto: AFP |
O aplicativo dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim que todos os participantes dos Jogos devem usar contém falhas de segurança que deixam os usuários expostos a violações de dados, dizem analistas.
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O aplicativo My2022 será usado por atletas, espectadores e mídia para monitoramento diário da Covid-19.
O aplicativo também oferecerá chats de voz, transferência de arquivos e notícias olímpicas.
Mas o grupo de segurança cibernética Citizen Lab diz que o aplicativo não fornece criptografia em muitos de seus arquivos. A China rejeitou as preocupações.
As perguntas sobre o aplicativo surgem em meio a um aumento nos avisos sobre a segurança tecnológica dos visitantes antes dos Jogos, que começam em 4 de fevereiro.
As pessoas que participarem das Olimpíadas de Pequim devem trazer telefones descartáveis e criar contas de e-mail para o seu tempo na China, disse a empresa de segurança cibernética Internet 2.0 nesta terça-feira.
Vários países também disseram aos atletas para deixarem seus principais dispositivos em casa.
Preocupações com a censura
O relatório do Citizen Lab disse que encontrou uma lista de "palavras-chave de censura" incorporada ao aplicativo e um recurso que permite que as pessoas sinalizem outras expressões "politicamente sensíveis".
A lista de palavras incluía os nomes de líderes chineses e agências governamentais, bem como referências ao assassinato de manifestantes pró-democracia em 1989 na Praça Tiananmen, e ao grupo religioso Falun Gong, que é proibido na China.
Os analistas observaram que esses recursos e falhas de segurança não são incomuns para aplicativos na China, mas representam um risco para os usuários.
Analistas disseram que o arquivo de "palavras ilegais" parecia estar inativo no momento, mas não estava claro.
Todos os visitantes dos Jogos devem baixar o aplicativo 14 dias antes de sua partida para a China e usá-lo para registrar diariamente seu status Covid-19.
Para visitantes estrangeiros, eles também precisam enviar informações confidenciais já enviadas ao governo chinês - como detalhes do passaporte e históricos de viagens e médicos.
O Citizen Lab disse que as fraquezas de transmissão no software do aplicativo podem levar à fácil exploração de dados por um hacker, se for o alvo.
Em uma reportagem na terça-feira, a mídia estatal chinesa Global Times descartou as preocupações sobre o aplicativo, dizendo que "todas as informações pessoais serão criptografadas para garantir a privacidade".
Ele comparou o aplicativo com um que havia sido usado nos Jogos de Tóquio.
Preocupações mais amplas
A empresa de segurança cibernética Internet 2.0 também alertou sobre possíveis riscos de segurança durante as Olimpíadas.
Em uma reportagem vista pela BBC, enfatizou a necessidade de telefones descartáveis e lembrou as pessoas a não usarem esses dispositivos depois de deixarem a China.
O relatório analisou alguns dos patrocinadores de tecnologia dos Jogos e seus produtos para mostrar "a cultura de vigilância sofisticada e ampla que existe na China".
Um produto, uma VPN da Qi-Anxin, conseguiu capturar uma quantidade significativa de dados do usuário, segundo o relatório. De acordo com as leis de segurança nacional da China, as autoridades podem solicitar o acesso a esses dados.
"As leis nacionais de segurança de dados da China não são projetadas com os valores ocidentais de privacidade e liberdade e não oferecem o mesmo nível de proteção", disse o relatório.
A equipe dos EUA incentivou seus atletas a usar um novo dispositivo, de acordo com o USA Today.
Um boletim visto pelo canal norte-americano supostamente "incentivou" telefones descartáveis e computadores de aluguel ou descartáveis para membros de sua equipe.
"Assim como os computadores, os dados e aplicativos em telefones celulares estão sujeitos a invasões maliciosas, infecções e comprometimento de dados", disse o boletim.
- BBC
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