Jornalista Pedro Oliveira |
PARA REFLETIR
A política é a condução dos negócios públicos para proveito dos particulares.
(Ambrose Bierce).
O pacto que não existiu
Bastou o governador Renan Filho viajar aos Estados Unidos, em companhia do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Victor, para que se criasse histórias mirabolantes sobre o que trataram os dois líderes políticos. A criatividade foi tanta que chegou a se especular supostas conversas reservadas que os dois tiveram. Daí surgiu o inexistente “Pacto de Miami”, segundo o qual processo de sucessão alagoano foi decidido e fechado. Tudo conversa fiada. Tanto que até o momento nada foi definitivamente “assinado, anunciado ou firmado.
Um capítulo a cada tempo
A sucessão alagoana ainda está caminhando para as decisões finais e nada está consolidado até o momento. O governador Renan Filho vai renunciar em 2 de abril? Vai, por enquanto. Essa questão está 99,9% definida. Porém resta esse tal de 1% que é improvável, mas não impossível. O caminho natural para ele é buscar um merecido mandato de senador, após conquistar, com mérito, o cacife de melhor governador dos últimos tempos, com realizações jamais vistas, em todos os municípios e na capital.
O que queria Marcelo Victor
Ser governador por 30 dias, renunciar ao mandato com tempo para buscar a reeleição e emplacar o deputado Paulo Dantas na eleição indireta e também na reeleição. Abordou o governador e seus grupo político com essa ideia. Para esse passo, Renan Filho nunca deu conversa, nem considerou, não é de aceitar barganha, muito menos imposição. Rolou muita fofoca na imprensa e nas redes sociais, mas nunca pelo radar dos Calheiros.
O que quer Arthur Lira
O deputado Arthur Lira tem o seu elevado protagonismo pessoal no próximo pleito e ninguém pode negar. Terá força o lado que ele pender na disputa majoritária, mas não é decisivo. Quis, indicar o vice-governador na chapa encabeçada por Paulo Dantas, mas aí encontrou uma pedra em seu caminho. O governador não abriu mão da indicação e já tem nome de alguém tirado do seu entorno.
Lira marca pressão e quer mostrar que tem bala no “bisaco”. A reunião em Brasília, com JHC, Rodrigo Cunha e Davi Filho, foi uma mostra de poder explícita. Quis deixar claro que tem mobilidade ampla, mas o encontro não foi para tratar de sucessão.
Arthur com Rui Palmeira
No desenho eleitoral alagoano não se deve excluir uma aliança de Arthur Lira em apoio à candidatura do ex-prefeito Rui Palmeira, muito bem avaliado nas últimas pesquisas. Pode se projetar uma frente ampla de oposição ao candidato do governo, com amplas chances de vitória. A inconteste liderança de Lira e suas sólidas bases eleitorais no interior, dariam sustentação a preferência de Rui na capital, além de seu destino e vocação política, para vitória.
JHC com Rodrigo Cunha
Outro cenário a ser desvendado nos próximos dias tem foco no prefeito da capital, JHC e o senador Rodrigo Cunha, como candidato a governador. Já é pacifico que o alcaide não será candidato ao governo, por motivos óbvios e bastante claros. Restam algumas dúvidas: diante das composições, federações e arrumações, a legislação lhe permitirá pedir votos para Cunha, sem infringir as regras eleitorais? Em podendo, terá capilaridade para transferir os votos suficientes para eleger seu candidato?
A vez de Rodrigo Cunha?
Candidato pela oposição ao governo do estado, o senador Rodrigo Cunha, que já anunciou sua disposição em encarar a disputa, chega carregado de capilaridade eleitoral e a possibilidade real de ganhar a eleição. Traz na bagagem a liderança da última campanha (2018) quando obteve 314.312 votos apenas em Maceió e no total 895.738, em uma luta contra as maiores forças políticas do estado. Contra sua candidatura nada que atinja sua atuação política no quesito moralidade e legalidade. Apenas a insistência de alguns setores, que consideram seu mandato inexpressivo e aquém das expectativas, mas nada que um bom marketing não resolva. Precisa tratar de mostrar o que fez. Sozinho será uma aventura arriscada, mas com uma frente de apoio consistente, pode competir.
Todos querem, poucos podem
Sempre ouvi falar que quando o cara vira político perde a noção do ridículo e tenho visto essa comprovação frequentemente. Também mostra a história que uma candidatura a governador nunca deve ser pessoal, coisa que fatalmente levará ao fracasso, tem que ser construída naturalmente, pelo seu trabalho, liderança e protagonismo político. Aí está um quadro para se mostrar para as próximas eleições: alguns políticos se lançam candidatos apenas por suas vontades e vaidades excessivas, ou por “tempo de serviço”. Mostram, a cara lisa, pagam pesquisas, compram notícias e passam a se julgar competitivos. Temos na disputa para o governo (ou não,) com capilaridade eleitoral o deputado Paulo Dantas, o ex-prefeito Rui Palmeira, o senador Rodrigo Cunha, o prefeito JHC e para por aí. O resto é tudo figuração, para tirar alguma vantagem. Pronto falei.
Pílulas do Pedro
O fantasma de Arthur Lira tem assustado praticamente todo o mundo político alagoano. Sabe-se para onde for é peso pesado, medido e contado.
Pesquisas mostram que a capilaridade de Rui Palmeira tem crescido a cada dia. O céu está de brigadeiro.
Candidatura ou não de JHC tem deixado as arrumações políticas de bastidores, travadas.
Coluna Pedro Oliveira
Jornalista e escritor. Articulista político . Pós graduado em Ciências Políticas pela UnB. É presidente do Instituto Cidadão, membro da União Brasileira de Escritores e da Academia Palmeirense de Letras.
Pedro Oliveira - https://resumopolitico.com.br/.
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Atenção: Este é um texto pessoal da Coluna do Jornalista Pedro Oliveira, e as visões desta matéria não necessariamente refletem a opinião do Blog Site AR NEWS
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