Um novo artigo publicado na Clinical Psychology Review analisa em profundidade a violência por parceiro íntimo (VPI) e as características de personalidade das pessoas que cometem ou recebem VPI.
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| Personality disorders |
“A violência entre parceiros íntimos é definida amplamente como danos físicos, sexuais ou psicológicos infligidos por um atual ou ex-parceiro romântico ou cônjuge”, dizem os pesquisadores liderados por Katherine Collison, da Purdue University. “As taxas de prevalência de vitimização por VPI são altas, com mais de um terço das mulheres relatando qualquer violência sexual por contato, violência física e/ou perseguição e quase metade endossando agressão psicológica em sua vida. Acredita-se que as taxas de vitimização sejam aproximadamente equivalentes para os homens; 31% dos quais relataram ter sofrido violência sexual ao longo da vida, violência física e perseguição e 47% relataram ter sofrido agressão psicológica”.
Para entender melhor os fatores de risco associados à violência por parceiro íntimo, os pesquisadores examinaram 10 transtornos de personalidade definidos pelo DSM-5 (paranóide, esquizóide, esquizotípico, antissocial, limítrofe, histriônico, narcisista, esquivo, dependente e obsessivo-compulsivo) e exploraram seus associações com a violência por parceiro íntimo. Eles encontraram personalidades anti-sociais, ou pessoas que tendem a mentir, infringir a lei, agir impulsivamente e não considerar sua própria segurança ou a segurança dos outros, e personalidades limítrofes, ou aqueles que experimentam sentimentos frequentes de instabilidade e inutilidade e que lutam para manter relacionamentos saudáveis, eram mais propensos a serem os perpetradores ou vítimas de violência por parceiro íntimo.
“No nível global de perpetração de VPI, todos os transtornos de personalidade, exceto histriônico e obsessivo-compulsivo, demonstraram efeitos significativos e positivos”, dizem os pesquisadores. “Talvez sem surpresa, os maiores tamanhos de efeito foram encontrados para anti-social e borderline, que também são os dois transtornos de personalidade mais amplamente estudados em relação à VPI”.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores vasculharam a literatura científica em busca de estudos que examinassem a violência do parceiro íntimo e os transtornos de personalidade. Eles identificaram 163 desses estudos com 189 amostras individuais.
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“Apesar de anos de pesquisa demonstrando uma relação entre patologia de personalidade e violência por parceiro íntimo, nenhuma meta-análise foi publicada examinando quão bem, ou mal, todos os dez transtornos de personalidade predizem perpetração ou vitimização de VPI”, dizem os pesquisadores. “Portanto, o presente estudo foi realizado para sintetizar a pesquisa existente sobre os efeitos de todos os dez transtornos de personalidade [...] na perpetração e vitimização de VPI física, psicológica e sexual.”
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Os autores esperam que sua pesquisa ajude a informar os esforços de prevenção e intervenção em ambientes clínicos.
“Este projeto destacou a necessidade de mais pesquisas sobre os traços básicos de personalidade que podem servir como fatores de risco para a agressão do parceiro íntimo”, diz Collison. “Recebemos ótimas informações sobre pessoas que têm diagnósticos ou sintomas de transtorno de personalidade, mas a realidade é que a agressão por parceiro íntimo é comum e não está sendo perpetrada apenas por indivíduos com diagnóstico clínico. No futuro, minha esperança é que possamos levar esse trabalho um passo adiante para ajudar a individualizar o tratamento para pessoas que são violentas em relacionamentos românticos e abordar alguns dos possíveis mecanismos subjacentes a esse comportamento agressivo”.
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