As condições de seca no Brasil aumentaram dramaticamente em abril, com a intensificação da influência do La Niña, levando ao colapso das monções deste ano cerca de duas semanas antes do normal. Isso afetará seriamente a produção de milho safrinha, especialmente nas regiões de plantio tardio, pois o potencial de rendimento cai devido à falta de umidade.
As condições de seca no Brasil |
O início e o recuo da estação chuvosa no Brasil central são tradicionalmente bastante distintos. Basicamente, chove quase todos os dias na estação chuvosa e raramente chove na estação seca. A transição do outono de úmido para seco tradicionalmente acontece de forma bastante rápida, normalmente na primeira semana de maio.
O perfil de umidade do solo no momento da semeadura da safra de safrinha no início deste ano foi excepcional, com uma proporção significativa plantada antes do previsto. Em Mato Grosso, cerca de 93% da safra foi plantada antes do fechamento da janela ideal de semeadura, no final de fevereiro. Isso levou a uma enxurrada de previsões recordes de produção de milho safrinha de analistas locais e globais.
No entanto, problemas potenciais de produção começaram a surgir em meados de março, quando a intensidade das chuvas diminuiu e as quedas se tornaram muito mais esporádicas do que o normal. Esse déficit de umidade acelerou em abril, com precipitação mínima na primeira metade do mês, e depois a torneira foi fechada em 16 de abril.
Mato Grosso está enfrentando o abril mais seco em 17 anos, de acordo com um relatório recente divulgado pelo serviço meteorológico EarthDaily Agro. A precipitação de abril para o estado deve ser de apenas 30 milímetros, 70pc abaixo da média da última década. Nos estados vizinhos de Goiás e Minas Gerais, as chuvas de abril devem ser apenas 15% da média de 10 anos. A situação no Mato Grosso é muito parecida com a de 2016, quando a safra de milho safrinha terminou aquela temporada cerca de 30pc abaixo da média após a seca continuar em maio e junho.
Mato Grosso é o maior estado produtor de milho safrinha do Brasil. A produção está atualmente prevista em 40 milhões de toneladas (Mt), 45pc da mais recente estimativa nacional de produção de milho safrinha da Conab, agência de estatísticas e abastecimento de alimentos do governo. Combinados com Goiás e Minas Gerais, os três estados produzem cerca de 60pc da produção de milho safrinha do país.
A precipitação abaixo da média no final de março e abril esgotou seriamente os níveis de umidade do solo. Idealmente, o milho entra no estágio de polinização com quase um perfil de umidade completo. No entanto, apenas uma pequena parte da safra teve esse luxo este ano, e espera-se que os rendimentos nesses campos estejam acima da média.
O prognóstico para a maioria da área de milho safrinha do Brasil central não é tão animador. A colheita está se aproximando de sua fase de pico de demanda de umidade, com até 40pc já sofrendo um nível baixo a moderado de estresse por umidade. Juntamente com essa secura está a crescente ameaça de geada. Já houve geadas noturnas nas elevações mais altas do sul do Brasil. Se ficar seco e frio, aumenta a possibilidade de impacto da geada na produção de safrinha.
O vigor da vegetação, medido pelo Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), está começando a mostrar sinais crescentes de déficit de umidade. Espera-se que esta tendência continue à medida que os efeitos de quase nenhuma chuva na segunda quinzena de abril se materializarem. E não há quedas significativas na previsão de 10 dias. Na verdade, parece seco para o próximo mês.
O Brasil é o terceiro maior produtor de milho do mundo depois dos Estados Unidos e da China. As mais recentes Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial (WASDE) colocam a produção total de 2021-22 em 116Mt, cerca de 75pc dos quais serão da safrinha ou segunda safra de milho. Em sua última atualização, o consultor agrícola Dr. Michael Cordonnier deixou sua estimativa de safra brasileira de milho inalterada em 112Mt. Nas apostas de exportação, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos tem o Brasil em segundo lugar com 44,5Mt, atrás dos EUA com 63,5Mt e logo à frente da Argentina com 39Mt.
O soluço na produção do Brasil ocorre em um momento de maior demanda por milho sul-americano, já que a guerra na Ucrânia bloqueou até 15 milhões de toneladas de milho destinado ao mercado global de exportação. Os problemas no Brasil são globalmente significativos, pois é o principal fornecedor global de milho entre agora e a colheita dos EUA no outono do Hemisfério Norte. Alguns analistas esperam que as revisões para baixo da produção cheguem aos fios na próxima semana, com uma previsão mais baixa até possível no relatório WASDE deste mês, com lançamento previsto para 12 de maio.
Surpreendentemente, os mercados parecem estar mais interessados na situação climática e nos possíveis atrasos no plantio de novas safras nos EUA, o mais lento desde 2013, em vez do aperto do balanço de 2021-22. No entanto, os preços certamente reagiram às questões crescentes, com os futuros próximos de Chicago fechando na semana passada em uma alta de 10 anos de US$ 8,135 por bushel.
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Para colocar isso em perspectiva, o preço do milho caiu para pouco mais de US$ 3/bu durante os primeiros meses da pandemia do COVID-19. Nos primeiros quatro meses de 2022, o contrato futuro de maio subiu 37%. Houve 82 pregões durante esse período, com os dias de alta superando os de baixa em uma proporção de dois para um. Nos 31 dias de 29 de março a 29 de abril, o mercado subiu mais de 14,8%, refletindo as crescentes preocupações com a oferta global.
Em meio às interrupções no fornecimento da safra antiga ucraniana e aos problemas climáticos brasileiros, a China voltou sua atenção de compra de milho para os EUA. O maior importador de milho da Ásia comprou quase 1,1 milhão de toneladas de milho velho e novo em uma transação na semana passada, a quarta venda rápida de milho para a China excedendo 1 milhão de toneladas em abril. As vendas da nova safra de milho dos EUA são quase 5,5Mt, mais de 65pc acima do que no mesmo período em 2021.
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O milho está agora em um regime de preços de racionamento de demanda, mas o rali continuará enquanto a demanda for forte e a oferta permanecer incerta. O consumidor global está cambaleando, pego com compras inadequadas em um mercado em alta. Os estoques globais estão em um estado vulnerável e a segurança da cobertura tem um preço alto.
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