Foto do ex-prefeito Celso Daniel. |
Em entrevista ao programa A Hora do Voto, da TV Gazeta, em 05 de maio de 2014 Mara Gabrilli fala sobre o questionamento que fez ao Ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, sobre seu envolvimento com o assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel.
Caso Celso Daniel
Celso Daniel tinha cinquenta anos de idade, quando ocupava o cargo de prefeito de Santo André pela terceira vez, foi sequestrado na noite de 18 de janeiro de 2002, quando saía de uma churrascaria localizada na região dos Jardins, em São Paulo.Segundo a imprensa, o prefeito estava num Mitsubishi Pajero blindado, na companhia do empresário Sérgio Gomes da Silva, conhecido também como o "Sombra". O carro teria sido perseguido por outros três veículos: um Santana, um Tempra e uma Blazer.Na Rua Antônio Bezerra, perto do número 393, no bairro da Vila Vera, Distrito do Sacomã, Zona Sul da capital, os criminosos fecharam o carro do prefeito. Dispararam contra os pneus e vidros traseiro e dianteiro de seu carro. Gomes da Silva, que era o motorista, disse que na hora a trava e o câmbio da Pajero não funcionaram.Os bandidos armados então abriram a porta do carro, arrancaram o prefeito de lá e o levaram embora. Sérgio Gomes da Silva ficou no local e nada aconteceu com ele.Na manhã de 20 de janeiro de 2002, no Domingo, o corpo do Prefeito Celso Daniel, foi encontrado com onze tiros, na Estrada das Cachoeiras, no Bairro do Carmo, na altura do quilômetro 328 da rodovia Régis Bittencourt (BR-116), em Juquitiba. (wikipédia)
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Mara e o pai |
No dia 04 de outubro de 2018 , a Senadora Mara Gabrilli escreveu no facebook :
#tbt de hoje é sobre exemplos.
Norteei meu trabalho, meus princípios e meu caráter, pela doçura e pela conduta correta que o meu pai sempre teve durante sua vida.Meu pai sofreu na pele os efeitos da corrupção no Brasil e foi por ele que ingressei na política, sempre procurando ser o oposto da política suja que o adoeceu.Ele se foi e deixou comigo um aprendizado: ser honesta e fazer uma política do bem.#oSenadoVaiFicarMara #Mara457Descrição da imagem #PraCegoVer: Foto antiga de Mara ainda criança. Ela está ao lado de mãos dadas caminhando em uma rua. (Facebook)
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Mara Gabrilli fala sobre assassinato de Celso Daniel ( Vídeo Completo)
Notícias veiculadas na Imprensa sobre o caso Celso Daniel
Juiz diz que PT não queria apurar assassinato de Celso Daniel e envolve Gilberto Carvalho e José Dirceu no caso
Fonte: Agência SenadoDa Redação | 25/10/2005, 00h00
O juiz afastado João Carlos da Rocha Mattos disse nesta terça-feira (25), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos, que não houve interesse das autoridades e nem da polícia civil paulista em apurar, "técnica e cabalmente", o assassinato do prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, ocorrido em 2002. Para ele, uma investigação profunda às vésperas das eleições presidenciais "seria desastrosa, já que traria à tona todo o esquema de corrupção dentro do Partido dos Trabalhadores na Prefeitura de Santo André". O esquema, observou, envolvia o recebimento de propina por membros do PT lotados na prefeitura que era pago por empresas de ônibus e de lixo da cidade para um caixinha político-eleitoral do partido.
Rocha Mattos iniciou o seu depoimento confirmando a entrevista que concedeu à revista Veja na qual afirma, tomando por base gravações em fitas cassete que registram diálogos telefônicos de pessoas supostamente envolvidas no assassinato do prefeito Celso Daniel, que o atual chefe de gabinete pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho,comandava todas as conversas e chegava a dar orientações de como as pessoas deviam proceder e se comportar diante de declarações públicas que envolviam a morte de Celso Daniel.
O juiz disse ainda queesse comportamento também tinha a orientação do deputado Luiz Carlos Greenhalg (PT-SP) que na época foi indicado pelo partido para acompanhar as investigações da morte do ex-prefeito. Na entrevista à revista Veja Rocha Mattos, que se encontra preso há dois anos por negociar sentenças judiciais, admitiu que Gilberto Carvalho "é a chave para elucidar a morte de Celso Daniel".
- Até a namorada do prefeito assassinado, Ivone de Santana, era orientada a chorar quando os repórteres a questionavam sobre a morte de Celso Daniel - garantiu Rocha Mattos, para quem as pessoas que mantinham um relacionamento mais próximo ao prefeito, como o então secretário de Serviços Municipais, Klinger Luiz de Oliveira Sousa, e os empresários Ronan Maria Pinto e Sérgio Gomes da Silva - o Sombra -não demonstravam qualquer tipo de desolação diante da brutal morte de Daniel, "mas apenas interesse em proteger e poupar de futuros problemas o PT, eles mesmos e os membros da agremiação". E disse que Celso Daniel era "um morto muito pouco querido".
Fitas comprometedoras
Rocha Mattos conclamou o presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), a requerer, junto a 4ª Vara da Justiça Federal, as 42 fitas cassete gravadas entre janeiro e março de 2002 e que contêm os diálogos telefônicos travados entre os supostos envolvidos no chamado caso Santo André. Efraim concordou e alertou que as fitas poderão ser fundamentais para elucidação da morte do ex-prefeito.
O juiz disse que tão logo as fitas viraram manchete na imprensa foram destruídas pela polícia por determinação da Justiça, que as considerou provas ilícitas. Mas lembrou que duas cópias das fitas foram guardadas, sendo que uma delas se encontra em poder da Justiça Federal. Os diálogos, principalmente entre Gilberto Carvalho, Klinger Oliveira, e Sérgio Gomes, demonstram, segundo ele, a existência de pagamento de propina e chegam a falar "em malas de dinheiro". Os diálogos também revelam, conforme observou, conversas entre membros do PT com pessoas ligadas ao mundo do crime, vindas de um telefone comunitário localizado na favela do Pantanal.
- No exercício do cargo de juiz cheguei a ser procurado algumas vezes por uma pessoa chamada Baltazar que, mais tarde, soube era o chefe da segurança do então candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva desde 1989. Ele me pediu que as fitas, por serem gravadas de forma ilegal, deveriam que ser destruídas porque, do contrário, poderiam comprometer e desgastar a imagem do PT - lembrou Rocha Mattos.
Ele deixou claro que Baltazar - delegado da Polícia Federal -jamais mencionou o nome de Lula nas suas solicitações.
O juiz também fez duras críticas quanto à atuação da Polícia Federal, da qual foi delegado no período de 1976 a 1982. Para ele, a PF é uma instituição "totalmente política, sendo a polícia do governo, com muito pouca independência". Na visão dele, a PF"trata bem pessoas ligadas ao governo, e com rigor quem está na oposição".
Como entender
Celso Daniel foi assassinado com oito tiros à queima-roupa em janeiro de 2002. As razões do crime ainda estão sob investigação, mas há forte indício de que ele tenha sido morto por motivos políticos. De acordo com os seus dois irmãos - João Francisco e Bruno -que já falaram à CPI dos Bingos, Celso foi assassinado após vazar informação de que ele iria denunciar todo o esquema de corrupção em Santo André, que envolvia a cobrança de propina de membros da prefeitura a empresas concessionárias do município, com destaque para as de ônibus, para uma caixinha do PT.
Bruno admitiu no seu depoimento à CPI que Celso Daniel chegou a tomar, mais tarde, conhecimento da existência das "contribuições", mas fez vistas grossas. Em setembro último, o Ministério Público de Santo André levantou a hipótese de que Daniel sabia do esquema e se beneficiava dele. As investigações sobre a morte de Celso Daniel foram reabertas recentemente pelo Ministério Público.
Fonte: Agência Senado
Título: ACM acusa petistas de assassinato de Celso Daniel
Autor:
Senador baiano parte para o ataque em discussão com Aloízio Mercadante
O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), e o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) bateram boca ontem no plenário do Senado, sobre o assassinato do prefeito petista Celso Daniel. ACM disse na tribuna que os petistas mandaram matar os prefeitos Celso Daniel e Toninho do PT, de Campinas. A briga começou com uma discussão sobre o veto do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) - pré-candidato à Presidência - ao projeto de proibição dos caça-níqueis no estado.
- O que está aborrecendo o senador Mercadante é que a CPI dos Bingos está realmente desmascarando todos os atos lesivos ao país, acobertados pelo PT, até mesmo os crimes praticados pelos petistas, como está muito claro o assassinato do Celso Daniel e do Toninho de Campinas - disse ACM.
O senador baiano fez acusações sobre a morte do legista Carlos Delmonte Printes, que defendia a tese de que o prefeito de Santo André foi torturado. Printes foi encontrado morto em seu escritório no ano passado, sob suspeita de suicídio. ACM acrescentou que a CPI ouvirá o depoimento de outro legista que acompanhou o caso, Paulo Vasques.
- Vamos trazer o legista (Paulo Vasques) para depor. Um (legista) vocês já conseguiram matar - afirmou.
ACM foi interrompido por Mercadante, que pediu um aparte. Como a palavra não foi dada, Mercadante passou para o ataque, dizendo que essa era uma acusação inaceitável e gritando: ''Vocês mataram quem? Quem matou? Está mencionando meu envolvimento em alguma questão?''
- Eu não estou dizendo que vossa excelência matou ninguém não. Estou dizendo que os seus correligionários mataram - respondeu ACM.
O bate-boca aumentou com ACM dizendo que o PT estaria encobrindo os crimes. Hoje é o quarto aniversário do assassinato de Daniel. Em setembro de 2001, Toninho do PT foi morto em um suposto assalto.
Mercadante disse que não aceitava esse tipo de acusação, pois conhecia e convivia com Celso Daniel antes mesmo da fundação do PT, quando os dois eram professores universitários nos anos 1970. O petista reafirmou que tem todo o interesse nas investigações e que tudo seja apurado em relação aos dois crimes.
A discussão começou quando Mercadante leu em plenário uma carta do deputado estadual paulista Romeu Tuma Júnior (PMDB), criticando Alckmin sobre a lei proibia máquinas de caça-níqueis, que havia sido aprovada pela Assembléia Legislativa.
Para o líder do governo, o tema de caça-níqueis deveria ser discutido pela CPI dos Bingos. Controlada pela oposição, a comissão tem mirado sua artilharia no governo e pessoas próximas ao presidente Lula.
Depois do bate-boca, ACM disse que as críticas não eram pessoais. Mercadante respondeu que o fato de divergirem politicamente não é motivo para ataques e acusações
Título: Apesar de citado 50 vezes, assessor de Lula se livra na CPI
Autor: Rosa Costa
Apesar de poupado pelo relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), o nome do chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, é citado 50 vezes nas 78 páginas do capítulo sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel. Apesar de tantas referências, Garibaldi não pede o indiciamento de Carvalho. O texto faz parte do relatório final que será votado amanhã, com poucas chances de aprovação pelos integrantes da CPI.
Carvalho é apontado no texto como protagonista dos esquemas de supostas irregularidades administrativas na prefeitura que teriam sido montados antes e depois da morte do prefeito. No primeiro caso, Garibaldi se refere a ele como sendo o encarregado de entregar ao então presidente do PT, José Dirceu, o dinheiro extorquido de empresários da cidade, repetindo os termos da denúncia feita ao Ministério Público e à CPI pelos irmãos de Celso Daniel, João Francisco e Bruno Daniel. Após o assassinato, em 2002, o relator cita o chefe de gabinete do presidente como um dos principais estrategistas da operação para impedir a investigação do crime.
Como justificativa, Garibaldi mostra diálogos grampeados pela Justiça nos quais Carvalho aparece orientando pessoas envolvidas no esquema, como Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, e a namorada do prefeito, Ivone Santana. A certa altura, ele sugere a Ivone que se comporte como "viuvinha chorosa" diante dos repórteres.
Garibaldi Alves incluiu, ainda, no parecer o diálogo de Carvalho e Sombra articulando uma tática para desviar os motivos do crime. Ainda assim, o relator não citou o chefe de gabinete de Lula nem José Dirceu na lista das 79 pessoas que, na sua opinião, devem ser indiciadas pelo Ministério Público.
Sobre Dirceu, o senador alegou que não podia indiciá-lo porque ele não foi ouvido pela comissão. Já Carvalho não só deu depoimento, como foi acareado com os irmãos do prefeito, sem ter sido convincente em nenhuma das ocasiões em que negou envolvimento no esquema.
O relator também aliviou a situação do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), acusado duas vezes no parecer: pelo perito Carlos Delmonte, morto em outubro, e pelo juiz federal Rocha Mattos, que está preso. O deputado foi designado pela Câmara para acompanhar as investigações do assassinato.
O relatório afirma que Delmonte disse ter sido pressionado pelo deputado e outros políticos "para que a morte do prefeito fosse esclarecida como crime comum". "Greenhalgh quis interferir até na mudança da posição do corpo", acusou o perito, de acordo com o documento. Já o juiz disse que o deputado e outros petistas "tentaram abafar o caso e montar uma farsa para encobrir o esquema de corrupção". Greenhalgh nega as duas acusações.
Se depender dos aliados do governo, maioria na comissão, a CPI vai aprovar o voto em separado do senador Magno Malta (PL-ES) que apenas cita os fatos, sem concluir pelos que devem ser indiciados. Inocenta, desta forma, até mesmo os empresários de bingos, acusados de fazer negociata com o governo Lula para obter a regulamentação da atividade.
O LIVRO BOMBA DE ROMEU TUMA JR - "Assassinato de Reputações - Um Crime de Estado".
Revista Veja Reinaldo Azevedo
O LIVRO-BOMBA – Tuma Jr. revela os detalhes do estado policial petista. Partido usa o governo para divulgar dossiês apócrifos e perseguir adversários. Caso dos trens em SP estava na lista. Ele tem documentos e quer falar no Congresso. Mais: diz que Lula foi informante da ditadura, e o contato era seu pai, então chefe do Dops
O “estado policial petista” não é uma invenção de paranoicos, de antipetistas militantes, de reacionários que babam na gravata dos privilégios e que atuam contra os interesses do povo. Não! O “estado policial petista” reúne as características de todas as máquinas de perseguição e difamação do gênero: o grupo que está no poder se apropria dos aparelhos institucionais de investigação de crimes e de repressão ao malfeito — que, nas democracias, estão submetidos aos limites da lei — e os coloca a seu próprio serviço. A estrutura estatal passa a servir, então, à perseguição dos adversários.
Querem um exemplo?
Vejam o que se passa com a apuração da eventual formação de cartel na compra de trens para a CPTM e o metrô em São Paulo. A questão não só pode como deve ser investigada, mas não do modo como estão agindo o Cade e a PF, sob o comando de José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça. As sentenças condenatórias estão sendo expedidas por intermédio de vazamentos para a imprensa. Pior: as mesmas empresas investigadas em São Paulo se ocuparam das mesmas práticas na relação com o governo federal. Nesse caso, não há investigação nenhuma. Escrevi a respeito nesta sexta.
Quando se anuncia que o PT criou um estado policial, convenham, não se está a dizer nenhuma novidade. Nunca, no entanto, alguém que conhece por dentro a máquina do governo havia tido a coragem de vir a público para relatar em detalhes como funciona o esquema. Romeu Tuma Junior, filho de Romeu Tuma e secretário nacional de Justiça do governo Lula entre 2007 e 2010, rompe o silêncio e conta tudo no livro “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado”, publicado pela Editora Topbooks (557 págs., R$ 69.90). O trabalho resulta de um depoimento prestado ao longo de dois anos ao jornalista Cláudio Tognolli. O que vai ali é de assustar. Segundo Tuma Junior, a máquina petista:
1: produz e manda investigar dossiês apócrifos contra adversários políticos;2: procura proteger os aliados.
O livro tem um teor explosivo sobre o presente e o passado recente do Brasil, mas também sobre uma história um pouco mais antiga. O delegado assegura que o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva — que nunca negou ter uma relação de amizade com Romeu Tuma — foi informante da ditadura. A VEJA desta semana traz uma reportagem sobre o livro e uma entrevista com o ex-secretário nacional da Justiça. Ele estava lá. Ele viu. Ele tem documentos e diz que está disposto a falar a respeito no Congresso. O delegado é explícito: Tarso Genro, então ministro da Justiça, o pressionou a divulgar dados de dossiês apócrifos contra tucanos. Mais: diz que a pressão vinha de todo lado, também da Casa Civil. A titular da pasta era a agora presidente da República, Dilma Rousseff.
Segue um trecho da reportagem de Robson Bonin na VEJA desta semana. Volto depois.
(…)Durante três anos, o delegado de polícia Romeu Tuma Junior conviveu diariamente com as pressões de comandar essa estrutura, cuja mais delicada tarefa era coordenar as equipes para rastrear e recuperar no exterior dinheiro desviado por políticos e empresários corruptos. Pela natureza de suas atividades, Tuma ouviu confidências e teve contato com alguns dos segredos mais bem guardados do país, mas também experimentou um outro lado do poder — um lado sem escrúpulos, sem lei, no qual o governo é usado para proteger os amigos e triturar aqueles que sio considerados inimigos.(…)Segundo o ex-secretário, a máquina de moer reputações seguia um padrão. O Ministério da Justiça recebia um documento apócrifo, um dossiê ou um informe qualquer sobre a existência de conta secreta no exterior em nome do inimigo a ser destruído. A ordem era abrir imediatamente uma investigação oficial. Depois, alguém dava urna dica sobre o caso a um jornalista. A divulgação se encarregava de cumprir o resto da missão. Instado a se explicar, o ministério confirmava que, de fato, a investigação existia, mas dizia que ela era sigilosa e ele não poderia fornecer os detalhes. O investigado”, é claro, negava tudo. Em situações assim, culpados e inocentes sempre agem da mesma forma. 0 estrago, porém, já estará feito.
No livro, o autor apresenta documentos inéditos de alguns casos emblemáticos desse modus operandi que ele reuniu para comprovar a existência de uma “fábrica de dossiês” no coração do Ministério da Justiça. Uma das primeiras vítimas dessa engrenagem foi o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Senador época dos fatos, Perillo entrou na mira do petismo quando revelou a imprensa que tinha avisado Lula da existência do mensalão. 0 autor conta que em 2010 o então ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, entregou em suas mãos um dossiê apócrifo sobre contas no exterior do tucano. As ordens eram expressas: Tuma deveria abrir urna investigação formal. 0 trabalho contra Perillo, revela o autor, havia sido encomendado por Gilberto Carvalho, então chefe de gabinete do presidente Lula. Contrariado, Tuma Junior refutou a “missão” e ainda denunciou o caso ao Senado. Esse ato, diz o livro, foi o primeiro passo do autor para o cadafalso no governo, mas não impediu novas investidas.
(…)Celso Daniel, trens, mensalão…Vejam o que vai acima em destaque. Qualquer semelhança com os casos Alstom e Siemens, em São Paulo, não é mera coincidência. O livro traz revelações perturbadoras sobre:a: o caso do cartel de trens em São Paulo:b: o dossiê para incriminar Perillo;c: o dossiê para incriminar Tasso Jereissati (com pressão de Aloizio Mercadante);d: a armação para manchar a reputação de Ruth Cardozo;e: o assassinato do petista Celso Daniel, prefeito de Santo André;f: o grampo no STF (todos os ministros foram grampeados, diz Tuma Junior);g: a conta do mensalão nas Ilhas Cayman…
E muito mais. Tuma Júnior está com documentos. Tuma Junior quer falar no Congresso. Tuma Junior tem de ser ouvido. Abaixo, seguem trechos de sua entrevista à VEJA.
(…)
Por que Assassinato de Reputações ?
Durante todo o tempo em que estive na Secretaria Nacional de Justiça, recebi ordens para produzir e esquentar dossiês contra uma lista inteira de adversários do governo. 0 PT do Lula age assim. Persegue seus inimigos da maneira mais sórdida. Mas sempre me recusei. (…) Havia uma fábrica de dossiês no governo. Sempre refutei essa prática e mandei apurar a origem de todos os dossiês fajutos que chegaram até mim. Por causa disso, virei vítima dessa mesma máquina de difamação. Assassinaram minha reputação. Mas eu sempre digo: não se vira uma página em branco na vida. Meu bem mais valioso é a minha honra.
De onde vinham as ordens para atacar os adversários do PT ?
Do Palácio do Planalto, da Casa Civil, do próprio Ministério da Justiça… No livro, conto tudo isso em detalhes, com nomes, datas e documentos. Recebi dossiês de parlamentares, de ministros e assessores petistas que hoje são figuras importantes no atual governo. Conto isso para revelar o motivo de terem me tirado da função, por meio de ataque cerrado a minha reputação, o que foi feito de forma sórdida. Tudo apenas porque não concordei com o modus operandi petista e mandei apurar o que de irregular e ilegal encontrei.
(…)
O Cade era um dos instrumentos da fábrica de dossiês ?
Conto isso no livro em detalhes. Desde 2008, o PT queria que eu vazasse os documentos enviados pela Suíça para atingir os tucanos na eleição municipal. O ministro da Justiça, Tarso Genro, me pressionava pessoalmente para deixar isso vazar para a imprensa. Deputados petistas também queriam ver os dados na mídia. Não dei os nomes no livro porque quero ver se eles vão ter coragem de negar.
O senhor é afirmativo quando fala do caso Celso Daniel. Diz que militantes do partido estão envolvidos no crime.Aquilo foi um crime de encomenda. Não tenho nenhuma dúvida. Os empresários que pagavam propina ao PT em Santo André e não queriam matar, mas assumiram claramente esse risco. Era para ser um sequestro, mas virou homicídio.(…)
O senhor também diz no livro que descobriu a conta do mensalão no exterior.
Eu descobri a conta do mensalão nas Ilhas Cayman, mas o governo e a Polícia Federal não quiseram investigar. Quando entrei no DRCI, encontrei engavetado um pedido de cooperação internacional do governo brasileiro às Ilhas Cayman para apurar a existência de uma conta do José Dirceu no Caribe. Nesse pedido, o governo solicitava informações sobre a conta não para investigar o mensalão, mas para provar que o Dirceu tinha sido vítima de calúnia, porque a VEJA tinha publicado uma lista do Daniel Dantas com contas dos petistas no exterior. O que o governo não esperava é que Cayman respondesse confirmando a possibilidade de existência da conta. Quer dizer: a autoridade de Cayman fala que está disposta a cooperar e aí o governo brasileiro recua? É um absurdo.
(…)
O senhor afirma no livro que o ex-presidente Lula foi informante da ditadura. É uma acusação muito grave.
Não considero uma acusação. Quero deixar isso bem claro. O que conto no livro é o que vivi no Dops. Eu era investigador subordinado ao meu pai e vivi tudo isso. Eu e o Lula vivemos juntos esse momento. Ninguém me contou. Eu vi o Lula dormir no sofá da sala do meu pai. Presenciei tudo. Conto esses fatos agora até para demonstrar que a confiança que o presidente tinha em mim no governo, quando me nomeou secretário nacional de Justiça, não vinha do nada. Era de muito tempo. 0 Lula era informante do meu pai no Dops (veja o quadro ao lado).
O senhor tem provas disso?
Não excluo a possibilidade de algum relatório do Dops da época registrar informações atribuídas a um certo informante de codinome Barba.
(…)
Encerro
Encerro por ora. É claro que ainda voltarei ao tema. Tuma Junior estava lá dentro. Tuma Junior viu e ouviu. O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) quer que o delegado preste depoimento à Câmara sobre o que sabe.
O estado policial petista tem de parar. E parte da imprensa precisa deixar de ser o seu braço operativo.
📙 GLOSSÁRIO:
Com Agências
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2005/10/25/juiz-diz-que-pt-nao-queria-apurar-assassinato-de-celso-daniel-e-envolve-gilberto-carvalho-e-jose-dirceu-no-caso
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/319859/noticia.htm?sequence=1&isAllowed=y
https://veja.abril.com.br/coluna/reinaldo/geral/o-livro-bomba-tuma-jr-revela-os-detalhes-do-estado-policial-petista-partido-usa-o-governo-para-divulgar-dossies-apocrifos-e-perseguir-adversarios-caso-dos-trenes-em-sp-estava-na-lista-el
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