Jorge Hernan Pelaez |
Por Jorge Hernan Pelaez
Brazil was stolen
Nosso país vizinho vive momentos de máxima tensão após a recente eleição de Lula da Silva para seu segundo mandato presidencial. As ruas e rodovias de diferentes partes do Brasil estão cheias de transportadores que bloqueiam a mobilidade normal. Dezenas de milhares de cidadãos saíram às ruas para protestar porque acreditam que houve fraude na tentativa de reeleição de Jair Bolsonaro.
Uma parcela significativa da população brasileira não aceita a derrota de Bolsonaro, e se uniu em torno do slogan: “O Brasil foi Roubado”. A frase está em inglês porque buscam chamar a atenção da mídia internacional. A imprensa local tem se comportado de forma atípica. Cidadãos brasileiros denunciam nas redes sociais que grande parte da mídia e dos jornalistas de seu país se autocensuram. Tudo por decisão de um funcionário: Alexandre de Moraes, ministro do Tribunal Superior Eleitoral.
De Moraes resgatou uma regra da ditadura militar vivida no Brasil entre 1964 e 1985.
Com essa regra em vigor, qualquer cidadão, jornalista ou colunista está sujeito a ser multado ou preso se decidir questionar o processo eleitoral. As multas ultrapassam R$ 100 mil, cerca de US$ 96 milhões para os colombianos. De Moraes pode decidir que qualquer coisa dita na internet é contra a lei. Tem amplo poder para ordenar a remoção de conteúdo digital a seu critério. Contas de influenciadores foram bloqueadas, e tudo o que é consumido pelas redes e mídias então permanece sob um grande manto de dúvidas.
Jornalistas brasileiros que vivem no exterior são os únicos que podem publicar denúncias, mas por ordem do Tribunal Superior Eleitoral, a maioria dessas contas é restrita pelo estado por provedores de internet. Neste momento, a liberdade de informação no Brasil é semelhante à da China ou da Coreia do Norte. De Moraes autorizou chamar Bolsonaro de "genocida" ou "fascista", mas proibiu Lula de ser chamado de "ladrão" ou "corrupto", que ficou preso por 580 dias.
Não foi à toa que o Tribunal Superior Eleitoral do Brasil, no relatório final do Ministério da Defesa, alegou não ter constatado fraude ou inconsistência nas diversas urnas eletrônicas e em geral no processo eleitoral. A realidade é que apenas algumas máquinas poderiam ser auditadas. Coincidentemente, as máquinas auditadas possuem diferenças percentuais bem diferentes daquelas que não puderam ser auditadas. O consultor argentino Fernando Cerimedo, vem fazendo explicações nas redes sociais com bastante solidez estatística que demonstrariam graves inconsistências nos resultados produzidos pelas máquinas. Nenhuma mídia brasileira publicou nada. Não foi difícil concluir que os vídeos de Cerimedo foram bloqueados para todo o Brasil.
Enquanto isso, Lula disse publicamente em resposta a essas reclamações dos adversários que “o Brasil não tem mais tempo para continuar lutando, não há tempo para vingança, raiva ou ódio. É hora de governar." Enquanto isso, o slogan #BrazilWasStolen cresce nas redes internacionais com a bandeira preta e branca do Rio de Janeiro. Nós, colombianos, devemos revisar detalhadamente todo esse processo eleitoral, para não cometer alguns desses erros.
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Com Agências
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