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Os mosquitos transmitem muitas doenças, mesmo letais, e matam mais de meio milhão de pessoas todos os anos. Isso levou os cientistas a estudar por que picam algumas pessoas e outras não.
Veja como os mosquitos usam a química do seu corpo para escolher você para a próxima refeição.
Na Zâmbia, foi construída uma espécie de arena, como a definiram os investigadores, dentro da qual se transmitiam os cheiros das pessoas, seis por agora, que dormiam nas proximidades.
Os cientistas descobriram que os mosquitos portadores da malária e da febre amarela são atraídos por produtos químicos específicos na pele de algumas pessoas.
Essa primeira observação permitiu aos estudiosos abrir um novo caminho na busca de soluções para entender como e como se defender de suas mordidas, principalmente em espaços abertos, e por quais cheiros são atraídos.
Conor McMeniman, professor assistente de microbiologia molecular e imunologia no Johns Hopkins Malaria Research Institute, tinha uma área aberta do tamanho de duas quadras de tênis montada para os mosquitos sentirem seu cheiro favorito. O estudo foi publicado na revista Current Biology.
Como os mosquitos escolhem seus alvos?
Os cientistas conduziram o experimento da arena na Zâmbia liberando diferentes odores humanos dos dutos de várias estações espalhadas pela área, capazes de perfumar placas aquecidas à temperatura do corpo humano junto com dióxido de carbono. O experimento mostrou que o calor e o dióxido de carbono não eram suficientes para atrair os mosquitos sem a adição do odor corporal humano.
Leslie Vosshall, neurobióloga e diretora científica do Howard Hughes Medical Institute, confirmou a importância do estudo porque enriquece o que seu laboratório já descobriu recentemente ao estudar o Aedes aegypti, transmissor da febre amarela. É a química da pele que atrai esses insetos perigosos, verdadeiros assassinos predadores que semeiam a morte entre muitas populações africanas.
Estudos constataram que o Aedes aegypti é particularmente atraído pelas secreções oleosas que hidratam a pele e por alguns de seus compostos, como os ácidos carboxílicos. Se a quantidade presente na pele é mínima e aliada à alta presença de eucalipto, substância encontrada em muitas plantas, o indivíduo era resistente a insetos.
A partir dessas observações, McMeniman disse que talvez a dieta também possa ajudar as pessoas a se defenderem com armas que não são apenas químicas.
Qual é o próximo passo dos pesquisadores?
Pelos resultados obtidos, os pesquisadores estão convencidos de que é preciso estender o experimento a um número cada vez maior de pessoas. Eles pensam em um público de 120 indivíduos monitorados à noite e variando sua disposição para entender qual combinação de substâncias químicas presentes na pele torna uma pessoa mais atraente para os mosquitos do que outra. Juntamente com essas observações, também será estudado o impacto que diferentes dietas ou microrganismos da pele têm sobre os mosquitos.
A ciência se propõe a encontrar soluções para repelir o ataque desses perigosos insetos à vida de milhões de indivíduos e, mesmo que muito já tenha sido compreendido, o caminho ainda é longo e difícil. Algumas experiências mostram que as mulheres grávidas são mais propensas a serem picadas. O mesmo valeria para quem consome bebidas alcoólicas ou faz uso de determinados produtos de higiene pessoal, inclusive aqueles que teoricamente exalam aromas que deveriam ser repulsivos, mas que se mostraram atraentes.
Clément Vinauger, professor assistente de bioquímica na Virginia Tech, confirmou que, para os mosquitos, não é apenas o cheiro que emana de certos produtos químicos em quantidades mais abundantes do que outros que importa, mas as interações químicas que eles causam e as abundâncias relativas. A partir de suas análises recentes, a pesquisadora constatou que, para o mosquito Aedes aegypti, por exemplo, o uso de sabonetes muito comuns torna o indivíduo um alvo seguro, enquanto o uso de produtos à base de coco e baunilha pareceria repeli-lo.
Com Agências
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