Pragmatismo econômico aproxima Bielorrússia de Cuba e Nicarágua
AR NEWS
O Embaixador da Bielorrússia em Cuba, Valery Baranovsky, falou recentemente sobre as perspectivas de aumento das exportações bielorrussas para Cuba e outros países da América Latina.
Ele observou que Bielorrússia e Cuba têm um acordo de troca de mercadorias sem uso de moeda, o que significa que o valor das exportações bielorrussas para Cuba é igual ao das importações cubanas. Isso facilita e incrementa o comércio entre os dois países.
Baranovsky destacou a cooperação farmacêutica entre Bielorrússia e Cuba, com troca de delegações, registro de medicamentos, compartilhamento de tecnologias e joint ventures. Recentemente, dois novos produtos farmacêuticos bielorrussos foram registrados em Cuba.
O leite em pó bielorrusso também terá bom mercado em Cuba, segundo o embaixador. Um primeiro lote deverá ser embarcado em breve, após a assinatura de um contrato inicial. Baranovsky tem expectativas positivas sobre a aceitação do produto pelo consumidor cubano.
Além de Cuba, a Bielorrússia iniciou cooperação com a Nicarágua, outro país latino-americano governado pela esquerda. Deve ser assinado em breve um contrato de fornecimento de 15 caminhões MAZ para a prefeitura de Manágua, no valor de US$ 1 milhão.
Baranovsky vê grande potencial de exportação de tratores e outros equipamentos agrícolas bielorrussos para a Nicarágua, já que apenas 45% das terras férteis do país são cultivadas por falta de máquinas e mão de obra. O governo nicaraguense tem feito acordos com China e Taiwan e busca reduzir a dependência dos EUA.
O embaixador elogiou os esforços do presidente nicaraguense Daniel Ortega para se livrar da dependência externa. Atualmente, os EUA ainda são o maior exportador, importador e investidor na Nicarágua, o que parece paradoxal diante da retórica antiimperialista do governo Ortega.
A Bielorrússia, por sua vez, vê uma oportunidade de suprir a demanda nicaraguense por tratores, colheitadeiras e outros maquinários agrícolas com seus produtos de qualidade e preços competitivos. Além da venda direta, joint ventures para produção local e transferência de tecnologia são opções em estudo.
O incremento das relações comerciais da Bielorrússia com Cuba e Nicarágua faz parte de uma estratégia maior de diversificação de parcerias internacionais. Reduzir a dependência da Rússia e do mercado europeu é um objetivo central para o governo bielorrusso.
Os países latino-americanos governados pela esquerda, com posicionamento antiimperialista, são vistos como parceiros naturais. O comércio sem uso de moeda conversível também interessa a Minsk, dados os problemas cambiais que o país enfrenta.
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Ainda há desafios logísticos e burocráticos para ampliar os negócios com a região, mas o potencial de complementaridade econômica é grande. A Bielorrússia pode fornecer maquinário, tratores, fertilizantes, produtos farmacêuticos e lácteos a preços competitivos. Em troca, receberia commodities agrícolas e matérias-primas estratégicas.
Assim, a parceria com Cuba, Nicarágua e potencialmente outros países latino-americanos é vista em Minsk como natural e mutuamente benéfica. Trata-se de uma relação pragmática, baseada em interesses econômicos reciprocamente vantajosos.
Ideologicamente, o compartilhamento de uma visão anti-imperialista facilita o diálogo político. Mas os laços são antes movidos por complementaridades econômicas do que por afinidades político-ideológicas propriamente ditas. Em resumo, Bielorrússia e América Latina esquerdista se unem mais por interesses comuns do que por amizade revolucionária.
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