Edifícios históricos no centro de Maceió apresentam trincas devido aos danos causados pela mineradora Braskem
Fachada da Catedral Metropolitana de Maceió, Alagoas. Construída em estilo neoclássico foi inaugurada em 31 de dezembro de 1859 com a presença dos imperadores dom Pedro II e dona Teresa Cristina. |
Braskem: Edifícios históricos no centro de Maceió também apresentam trincas
O centro histórico de Maceió, capital do estado de Alagoas, abriga muitos prédios e monumentos de grande valor arquitetônico e cultural. Muitos desses edifícios, no entanto, têm apresentado problemas estruturais como trincas e rachaduras nos últimos anos.
Segundo especialistas, uma das principais causas para o surgimento dessas trincas é a mineração de sal-gema realizada pela empresa Braskem na região. A extração do sal causa o fenômeno conhecido como recalque, um rebaixamento do solo que gera tensões e provoca danos em estruturas.
Um dos edifícios afetados é o histórico Palácio Floriano Peixoto, também conhecido como Palácio dos Martírios, que foi construído em 1866 para ser a sede do governo provincial. O imponente prédio neoclássico, tombado pelo patrimônio histórico, apresenta diversas trincas e sua estrutura vem sendo monitorada e escorada para evitar desabamentos.
Outro emblemático edifício danificado é o Theatro Deodoro, inaugurado em 1857 e considerado um dos teatros mais antigos do Brasil ainda em funcionamento. O Theatro Deodoro teve sua fachada escorada com vigas de ferro para conter o agravamento das rachaduras. Além da fachada, o interior do teatro também apresenta trincas que comprometem sua estrutura.
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Até mesmo a tradicional Catedral Metropolitana de Maceió, concluída em 1923 em estilo neogótico, não escapou dos danos e também apresenta problemas como trincas e desplacamento de revestimentos. A igreja é tombada em âmbito federal e sua deterioração acende um alerta para a preservação do patrimônio histórico da cidade.
Outros prédios antigos como o Mercado Municipal, o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas e sobrados do século XIX situados no chamado Centro Cultural de Maceió sofrem com as mesmas manifestações de dano estrutural.
Além dos edifícios, diversos trechos de ruas e calçadas no entorno dessas construções históricas estão trincados e abatidos. Moradores relatam o surgimento gradual das trincas e afirmam temer pela segurança, uma vez que há riscos de desabamentos.
Edifícios do centro afetados mencionados no texto:
- Palácio Floriano Peixoto (Palácio dos Martírios) - apresenta diversas trincas e sua estrutura está sendo monitorada e escorada.
- Theatro Deodoro - tem rachaduras na fachada, que foi escorada, e no interior.
- Catedral Metropolitana - possui trincas e desplacamento de revestimentos.
- Mercado Municipal, Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, sobrados do século XIX.
- Ruas e calçadas no entorno desses prédios também estão com problemas como trincas e abatimentos.
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Centro histórico de Maceió sob risco devido a trincas em prédios tombados
Em laudo técnico, a Defesa Civil já confirmou a relação direta entre a mineração da Braskem e os danos verificados no centro histórico de Maceió. A extração do sal-gema ocorre há décadas na cidade e é realizada por meio da injeção de água no subsolo, dissolvendo camadas de sal e causando o afundamento do terreno.
Este fenômeno geológico atinge principalmente os bairros de Pinheiro, Mutange e Bebedouro, mas também produz repercussões no centro da capital alagoana, a cerca de 2 km de distância dos poços da mineradora. Por essa razão, diversos processos já foram movidos contra a Braskem cobrando reparos e indenizações.
Contudo, os reparos e obras de contenção realizados até o momento se mostraram paliativos e insuficientes. As trincas e rachaduras continuam surgindo e se alastrando pelos históricos prédios do centro de Maceió, colocando em risco esse importante acervo arquitetônico e cultural.
A situação é crítica e recebeu a atenção da UNESCO, que chegou a enviar representantes para avaliar os danos ao patrimônio histórico da cidade. As construtoras responsáveis pelas obras de contenção dizem seguir as determinações municipais, mas especialistas independentes afirmam que seriam necessárias intervenções mais profundas nos edifícios afetados.
Além do risco iminente de novas trincas e desabamentos, os historiadores temem que os reparos feitos às pressas ou sem o devido cuidado arquitetônico descaracterizem os prédios tombados. Por lei, qualquer intervenção nesse tipo de estrutura histórica deve seguir rigorosamente normas de preservação.
Os técnicos também alertam que, mesmo depois de interrompida a mineração, os efeitos do recalque do solo poderão continuar afetando as edificações do centro por anos, exigindo monitoramento e manutenção constantes.
Parte desses edifícios são propriedade do Estado, que teria a obrigação legal de zelar por sua preservação. No entanto, os órgãos responsáveis alegam não ter recebido repasses suficientes para custear todas as obras preventivas e de reparo que seriam necessárias.
Sem uma solução definitiva para estabilizar o subsolo e frear o surgimento de novas trincas, o centro histórico de Maceió permanece em estado crítico e tem seu rico patrimônio arquitetônico ameaçado. Os danos tendem a piorar caso não sejam tomadas medidas enérgicas de contenção e adaptação das fundações dos prédios.
A mobilização de entidades de defesa do patrimônio tem crescido para denunciar o descaso com essas construções históricas que são parte fundamental da memória e da identidade cultural maceioense. Sua preservação não interessa apenas aos alagoanos, mas a todo o país, por representar um legado artístico e arquitetônico de valor inestimável.
Cabe agora uma resposta rápida e efetiva das autoridades antes que seja tarde demais para salvar os edifícios centenários do centro de Maceió. Se as manifestações estruturais não forem adequadamente controladas, em pouco tempo eles poderão ruir, como já ocorreu com alguns sobrados e casas nos bairros mais afetados pelo recalque.
Perder essas construções seria uma perda irreparável não apenas para Maceió, mas para todo o Nordeste, eliminando parte significativa de nossa história como nação. Os prédios do centro antigo de Maceió são um patrimônio de todos os brasileiros e seu destino não pode continuar a ser negligenciado.
Cabe à Braskem assumir integralmente a responsabilidade pelos recalques que sua atividade mineradora provocou e financiar por completo as intervenções necessárias, não apenas para estabilizar os edifícios, mas para garantir a total preservação de suas características originais.
Até o momento, porém, os esforços da mineradora têm se concentrado em indenizações e na construção de novas moradias para os moradores de áreas de risco. A recuperação do patrimônio histórico não parece ser hoje a prioridade da empresa.
Mesmo que precise recorrer à justiça, o poder público tem o dever de compelir a Braskem a investir os recursos necessários para custear projetos de restauro, reforço estrutural e monitoramento das condições dos prédios históricos.
Somente com um programa abrangente de obras coordenado por técnicos especializados em restauro e engenharia será possível garantir a preservação desse conjunto arquitetônico tão importante para a memória coletiva alagoana e brasileira.
Perder o centro histórico de Maceió seria um ponto sem volta, uma perda irreparável de identidade. Cabe às autoridades agir com urgência para impedir que cheguemos a esse cenário dramático, exigindo da mineradora a responsabilidade por preservar o que ainda pode ser preservado.
Não podemos permitir que se repita no centro de Maceió a tragédia do desabamento de prédios residenciais nos bairros. Se nada for feito, em poucos anos poderemos ver desmoronar diante de nossos olhos um acervo de mais de um século e meio da melhor arquitetura alagoana.
Age com rapidez, governo do Estado, para salvar o Palácio Floriano Peixoto, o Theatro Deodoro, a Catedral Metropolitana e todos os demais imóveis que são a própria imagem do centro histórico da capital. Maceió precisa desse patrimônio arquitetônico preservado como precisa de oxigênio para respirar.
Chega de obras paliativas e acordos abaixo da mesa. Ou a Braskem toma às suas custas todas as medidas necessárias para estancar o surgimento de novas trincas e reparar os danos já causados ou que prepare seu bolso para a maior indenização já paga por uma mineradora neste país.
O povo alagoano estará vigilante, pois não aceitaremos perder nossa história. Sacrificaremos o que for preciso para defender o patrimônio que nossos antepassados ergueram com tanto esforço e visão. Queremos poder continuar mostrando com orgulho aos nossos netos a beleza singular de nossa arquitetura histórica.
Não pouparemos mobilizações e protestos para salvar nossas raízes e monumentos. A exemplo dos estudantes baianos nos anos 60, estamos dispostos a qualquer coisa para impedir que o centro histórico de Maceió seja destruído ou descaracterizado.
Nosso patrimônio cultural não está à venda! Esta é uma luta de todo o povo alagoano, que não cessará enquanto não vir garantida a total preservação dos tesouros arquitetônicos de nossa querida capital.
Lutaremos incansavelmente para que daqui há cem anos nossos bisnetos ainda possam apreciar a imponência do Theatro Deodoro, passear sob as abóbadas centenárias da Catedral Metropolitana e visitar um Palácio Floriano Peixoto inteiramente restaurado.
Este é o legado que queremos deixar para as gerações futuras. Por isso não nos calaremos e nem permitiremos que destruam nosso patrimônio, nossa memória e nossa história. A batalha em defesa do centro antigo de Maceió acaba de começar!
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