Relações Brasil-Cuba,requer cautela
O anúncio recente de que o Brasil pretende reparar as relações com Cuba, revertendo o distanciamento ocorrido durante o governo Bolsonaro, é um sinal positivo, mas suscita algumas questões quanto aos motivos e implicações dessa reaproximação.
Brasil e Cuba renovam laços bilaterais; sociedade civil deve monitorar cooperação mútua |
A decisão de buscar uma “relação de grande amizade” com Cuba, nas palavras do assessor Celso Amorim, representa uma inflexão importante na política externa brasileira. Porém, é preciso contextualizar que a deterioração dos laços bilaterais não ocorreu em um vácuo durante o governo Bolsonaro. Na verdade, refletiu o alinhamento ideológico do Brasil à direita global naquele período.
Portanto, a reaproximação com Cuba é acertada no sentido de corrigir os excessos do bolsonarismo em política externa. Contudo, é preciso cuidado para que a relação seja construída com base em interesses nacionais e benefícios mútuos concretos, não apenas em sinalizações políticas ou alinhamentos automáticos.
Do ponto de vista cubano, o interesse na reaproximação com o Brasil também parece ser mais pragmático do que ideológico. O país busca ampliar seu leque de parceiros internacionais para reduzir os impactos do embargo americano. Nesse sentido, estreitar os laços econômicos e políticos com uma potência regional como o Brasil é estratégico.
Vale ponderar, entretanto, que a situação interna em Cuba permanece autoritária, com restrição a liberdades individuais e políticas, apesar de alguns avanços econômicos recentes. A diplomacia brasileira deve ter cautela para não endossar acriticamente violações de direitos humanos em nome da “amizade” com o regime cubano.
No mais, a cooperação bilateral em áreas como saúde, agricultura e educação tem muito potencial para gerar ganhos mútuos. Mas os termos dessa cooperação e os mecanismos de prestação de contas devem ser objeto de monitoramento pela sociedade civil de ambos os países.
Em resumo, a reaproximação diplomática Brasil-Cuba é positiva e faz parte de uma correção necessária na política externa brasileira. Porém, para que essa reaproximação seja benéfica a longo prazo, ela deve se dar com base em interesses nacionais, benefícios recíprocos e respeito às liberdades fundamentais, evitando alinhamentos automáticos ou acríticos de lado a lado. A construção pragmática de laços bilaterais é o caminho mais sensato e duradouro para a relação Brasil-Cuba.
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