Candida Auris Cede Terreno a Produtos Específicos, Aponta Pesquisa
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Pesquisadores do Louis Stokes Cleveland VA Medical Center conduziram testes que apontam para a superioridade dos desinfetantes esporicidas em comparação com os desinfetantes de amônio quaternário no combate ao fungo multirresistente Candida auris, de acordo com um estudo publicado hoje no periódico Infection Control & Hospital Epidemiology.
No âmbito da pesquisa, os cientistas avaliaram 23 produtos desinfetantes utilizados para higienizar e descontaminar superfícies em 57 instalações de saúde distribuídas em 30 estados. As soluções incluíam desinfetantes baseados em cloro e ácido peracético, classificados como esporicidas, além de desinfetantes compostos por amônio quaternário e peróxido de hidrogênio, que não possuem tal característica. Para determinar a eficácia contra C. auris, os pesquisadores introduziram uma carga de solo composta por isolados de quatro clados filogenéticos de C. auris, incluindo a cepa resistente a medicamentos AR-0385 do clado 4, e uma cepa de Candida albicans. Em seguida, cultivaram as superfícies contaminadas após o tratamento com os desinfetantes.
A eficácia dos desinfetantes foi considerada satisfatória se uma redução superior a 5 log 10 em C. auris fosse obtida.
Globalmente, cinco desinfetantes à base de cloro e um à base de ácido peracético consistentemente reduziram todas as cepas de C. auris e C. albicans em 5 log 10 ou mais. Três produtos à base de peróxido de hidrogênio também demonstraram eficácia. No entanto, os desinfetantes de amônio quaternário revelaram-se amplamente ineficazes. Apenas um produto conseguiu reduzir as cepas de C. auris em mais de 5 log 10, mas não foi eficaz contra a cepa resistente a medicamentos AR-0385.
Os resultados desafiam as práticas atuais
Os autores enfatizam a relevância das descobertas, apesar da necessidade de estudos em ambiente real. Isso se dá porque os desinfetantes de amônio quaternário são amplamente empregados em instalações de saúde nos Estados Unidos, que têm testemunhado um aumento significativo na colonização e infecção por C. auris nos últimos anos.
Eles concluem que "a probabilidade de casos não diagnosticados entrarem em instalações onde as práticas de higienização e desinfecção podem ser insuficientes para conter a disseminação é aumentada pelo fato de muitos pacientes com C. auris serem portadores assintomáticos detectados apenas por triagem".
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