Kirchnerismo não é o povo
Mais uma vez, o partido no poder repetiu a velha operação de escrache armada com cobertura da mídia relacionada. Desta vez, contra Patrícia Bullrich
AR News |
Há uma estratégia de comunicação, antiquada e desgastada, que o partido no poder continua a utilizar. Mesmo quando a falsidade é evidente, eles persistem em um formato que tem como única intenção promover uma narrativa na qual sequer acreditam. Essa tática envolve a coordenação de um pequeno grupo de militantes com o propósito de hostilizar um líder da oposição.
Essa encenação é então amplificada pelos meios de comunicação afiliados ao governo. Com a ubiquidade dos smartphones e a conectividade da internet, essas notícias circulam com velocidade surpreendente. No entanto, há uma discrepância entre o que eles desejam mostrar e a realidade dos eventos.
Durante sua turnê nacional, antes das primárias do grupo "Juntos por el Cambio", nas quais ela enfrentaria Horacio Rodríguez Larreta, a ex-ministra de Segurança, Patricia Bullrich, foi alvo de um ataque incisivo por parte de um pequeno grupo de militantes. Eles a insultaram e gritaram "não a deixaremos fazer o que quiser" enquanto ela estava na província. Esse incidente criou a impressão de que o protesto era um reflexo do descontentamento popular em geral. O pré-candidato foi forçado a mudar o local planejado para sua coletiva de imprensa, movendo-a para um bar, como resultado das ações dos agitadores.
Os meios de comunicação pró-governo, como o pouco respeitado Página/12, não perderam a oportunidade de aproveitar a situação. Sua manchete proclamava "Rejeição a Patricia Bullrich em San Luis: 'Vá embora, não a queremos aqui!'", acompanhada de uma imagem que, estrategicamente, dava destaque aos poucos desordeiros envolvidos no incidente. Eles também notaram que a pré-candidata "teve que se refugiar em um bar" devido ao suposto repúdio popular. A imprensa partidária explorou a situação, sugerindo que Bullrich havia enfrentado uma grande rejeição por parte do povo da província de San Luis.
Em decorrência dos eventos, Patricia Bullrich, a candidata presidencial do partido "Juntos por el Cambio", foi obrigada a alterar o local de sua coletiva de imprensa em San Luis. Originalmente planejada para ocorrer em um espaço público no Paseo del Padre, no coração da cidade, a coletiva foi movida para um café depois que ela foi confrontada por um grupo de jovens.
Após o ocorrido, Bullrich enfatizou que essa foi a primeira vez, em três anos de suas viagens pelo país, que ela se viu envolvida em um incidente semelhante. Ela caracterizou os manifestantes como um grupo político com motivações claras, que buscavam promover uma situação utilizando táticas que poderiam ser descritas como "fascistas", como o "escrache", que é uma ação de hostilidade pública.
Este não é o primeiro episódio em que o ex-ministro da Segurança se torna alvo de um protesto digital. No passado, um jornalista chamado Tomás Méndez, que trabalhava para o canal de televisão Kirchnerista C5N, foi demitido após ser revelado que ele organizou um tumulto de taxistas em frente à residência de Patricia Bullrich. Durante essa ocasião, o jornalista transmitiu imagens ao vivo do incidente pelo celular, alegando que os manifestantes desejavam questionar a ex-funcionária do governo. Posteriormente, descobriu-se que o próprio Méndez havia planejado e coordenado a situação. Essa manipulação resultou em sua demissão, apesar da óbvia natureza forjada do evento. Contudo, dada a persistente utilização dessas táticas políticas grosseiras, é importante reiterar que essa não é uma expressão autêntica de cidadania ou uma manifestação espontânea. O kirchnerismo não pode ser confundido com o povo, apesar de suas tentativas de retratá-lo como tal. Na realidade, é uma corporação política desesperada, disposta a adotar qualquer medida para assegurar seu domínio e os benefícios a ele associados.
O que essa estratégia busca instilar naqueles que consomem as informações é a noção de que um líder político, supostamente enfrentando o descontentamento do povo, experimentou uma rejeição veemente por parte do "povo". Entretanto, fica claro que essas manifestações não representam uma expressão popular genuína ou espontânea. Em vez disso, são ações orquestradas por grupos de militantes com objetivos específicos. No caso de Patricia Bullrich, essas táticas voltaram a ser empregadas durante sua visita a San Luis.
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Com Agências :
Marcelo Duclos
Nasceu em Buenos Aires em 1981, estudou jornalismo na Taller Escuela Agencia e fez mestrado em Ciência Política e Economia na Eseade. É colunista convidado do Perfil, Infobae e músico.
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