Mário Guimarães: trajetória do jurista que ajudou a fundar a Faculdade de Direito de Alagoas

Faculdade de Direito de Alagoas: pioneirismo de Mário Guimarães e outros juristas

A Fundação da Faculdade de Direito de Alagoas foi um marco histórico. Sob a liderança do Professor Mário Guimarães, docentes do tradicional Liceu Alagoano concretizaram o sonho de criar a primeira faculdade de Direito do estado.

Reunião de Fundação da Faculdade Livre de Direito de Alagoas, sob a presidência do Professor Mário Guimarães 

Fundação da Faculdade de Direito de Alagoas: o sonho tornado realidade por Mário Guimarães

Em reunião realizada no dia 24 de maio de 1931, foi formalizada a Faculdade Livre de Direito de Alagoas. Dois anos depois, em 25 de fevereiro de 1933, a instituição foi oficialmente criada pelo Decreto no 1.745.

A ata de fundação registra os nomes dos visionários que participaram daquele momento crucial. Estiveram presentes, ao lado de Mário Guimarães, juristas como Jayme de Altavila, Virgílio Guedes, Domingos Correia, Hermínio Barroca, Leão Marinho Tavares Bastos e Xavier Acioly.

TRE 19 de julho de 1950

O jurista Mário Augusto da Silva Guimarães, meu avô, foi um homem que trilhou um caminho de retidão e serviu de inspiração para muitos. Formou-se Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito do Recife em 1916, tendo como paraninfo o Dr. Octávio Hamilton Tavares Barreto.

Ao longo de sua carreira no Judiciário alagoano, exerceu com dedicação e ética os cargos de Adjunto de Promotor, Procurador-Geral do Estado, Juiz de Direito, Curador-Geral de Órfãos, Desembargador e Corregedor-Geral da Justiça.

Além disso, foi um dos fundadores e presidente do Centro Universitário de Ciências Jurídicas, atual Faculdade de Direito do Centro de Estudos Superiores de Maceió. Também lecionou na Faculdade de Direito de Alagoas, transmitindo seu conhecimento às novas gerações.

Apesar de eu ter apenas três anos quando meu avô faleceu em 1964, sinto muito orgulho do homem íntegro que foi. Sua postura ética, seu amor à família e sua dedicação ao Direito servem de exemplo.

Relembro com carinho sua história e seu legado. Meu avô contribuiu para o aprimoramento da Justiça e do ensino jurídico em Alagoas. Sua vida foi uma lição de retidão que devo sempre cultivar.

Ademais, esses professores e magistrados tornaram realidade um sonho acalentado há tempos: ver nascer em Alagoas uma faculdade para disseminar o ensino jurídico de qualidade. O pioneirismo desses Alagoanos, abriu caminho para o desenvolvimento do Direito no estado.

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Trecho de uma carta de Pontes de Miranda

"Pense-se numa criança que não pratica atos maus, que se entristece quando as outras os praticam, que cumpre os deveres, com alegria e convicção de que está certa. Pense-se no jovem que se lança aos livros para se fazer, que sabe sorrir com os amigos e dizer, com motivação o que pensa. No ser humano que amou o pai, que cedo perdeu, e soube amar a mãe, o padrasto e os que o cercavam. Pense-se no adulto que julgou julgando-se. Pense-se no que sofreu e foi feliz nos julgamentos, dentro e fora da Justiça. Pense-se em que dá saudades a amigos, que o não viam há dezenas de anos. Essa criança e esse adulto ( que o mundo contém em poucos momentos e lugares ) foi Mário Guimarães" Pontes de Miranda

Biografia

Mário Augusto da Silva Guimarães (10/11/1892 - 23/03/1964)

Jurista e professor alagoano. Filho de João Dias de Castro Guimarães e Maria Augusta da Silva Guimarães. Estudou no Colégio Diocesano e no Liceu Alagoano, formando-se pela Faculdade de Direito do Recife em 1916.

De volta a Maceió, iniciou a advocacia. Foi nomeado Adjunto de Promotor Público da Capital em 1918 e Juiz Substituto em 1919. Em 1930, assumiu o cargo de Procurador-Geral do Estado.

Exerceu também os cargos de Juiz de Direito da 1a Vara da Capital e, a partir de 1951, Desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas, até sua aposentadoria compulsória em 1962.

Como educador, foi professor da Academia de Ciências Comerciais entre 1926-1927. Mais tarde, tornou-se um dos fundadores da Faculdade de Direito de Alagoas, onde lecionou disciplinas como Direito do Trabalho, Direito Civil e Direito Comercial.

Dedicou sua vida ao aprimoramento da Justiça e do ensino jurídico em Alagoas. Deixou como legado seu pioneirismo na instituição de ensino que ajudou a criar, além da obra acadêmica "As Tendências Modernas do Direito Comercial".

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