Dor e abuso: o parto como espaço de violação de direitos em Cuba
Um novo estudo intitulado "Parto respeitado em Cuba: um direito que ficou apenas no papel", da jornalista Claudia Padrón, denuncia que as autoridades cubanas continuam sem tomar medidas concretas para implementar protocolos que evitem a violência obstétrica, apesar de terem reconhecido o problema.
Através de entrevistas com mais de 1.000 mulheres, a plataforma Partos Rotos constatou que, apesar do governo ter anunciado a distribuição de um guia para promover o "parto respeitoso" em oito hospitais, na prática essas medidas não foram implementadas. O guia ficou apenas no campo teórico, sem alterar os protocolos de parto nos hospitais, que seguem sendo desumanos e violentos para as mulheres cubanas.
Duas gestantes internadas na Maternidade Leonor Pérez, no Centro Habana, Cuba |
Violência no parto: dor e abuso sistemático contra mulheres cubanas
Desde 2014, a OMS classifica a violência obstétrica como um problema alarmante e uma violação dos direitos humanos, particularmente os direitos à saúde reprodutiva e ao parto respeitoso. A ONU também ecoou esse posicionamento em 2019. No entanto, o governo cubano não tomou ações concretas para combater essa violação de direitos.
O estudo aponta que as origens da violência obstétrica remontam à antiguidade, persistindo ao longo da história devido a preconceitos de gênero e à falta de políticas estatais de prevenção e empowerment das mulheres. Em Cuba, a escassez de recursos e pessoal médico nos hospitais agrava o problema.
As entrevistadas relatam uma série de maus-tratos, como o uso de fórceps e manobras invasivas desnecessárias, episiotomia de rotina, raspagem do útero sem anestesia, humilhações e comentários grosseiros durante o parto. Muitas sofreram danos físicos e trauma psicológico.
Quando o estudo Partos Rotos veio à tona com centenas de relatos, o governo cubano foi forçado a reconhecer o problema. No entanto, um ano depois, nenhuma medida concreta foi implementada para mudar os protocolos violentos de parto nos hospitais do país.
Especialistas indicam que é necessário criar leis de proteção ao parto respeitoso, observatórios para documentar casos de violência e estatísticas para quantificar o problema. Porém, o governo cubano segue resistindo em tomar essas ações, descartando as denúncias das mulheres.
Em resumo, o estudo expõe como a violência obstétrica é sistemática em Cuba, violando os direitos humanos das mulheres e deixando marcas físicas e psicológicas. Apesar da pressão da OMS e ONU, e do escândalo público com os relatos de centenas de vítimas, o governo cubano não implementou mudanças efetivas nos protocolos hospitalares para coibir essas práticas abusivas sobre o corpo feminino. Trata-se de uma omissão que perpetua o sofrimento e a revitimização de mulheres no momento do parto. Urge que medidas concretas sejam tomadas para que o parto respeitoso saia do papel e se torne realidade em Cuba.
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