Após 2 anos de governo, o talibã mantém controle no afeganistão - mulheres e meninas afegãs prejudicadas
Após dois anos de governo, o Talibã consolidou sua presença no Afeganistão, marcando seu domínio sobre o país desde a retirada das forças dos EUA e da OTAN após duas décadas de conflito. Durante esse período, o grupo extremista conseguiu evitar o surgimento de uma oposição significativa, graças à sua coesão interna e à liderança ideológica inflexível. Ao estabelecer uma economia frágil, o Talibã buscou acordos de investimento com nações vizinhas que possuem capital, apesar da ausência de reconhecimento formal da comunidade internacional.
Um guarda armado do Talibã fica perto de uma universidade em Cabul, Afeganistão, à sombra de sua decisão de proibir as mulheres de estudar em ins |
Entretanto, um dos aspectos mais controversos do governo do Talibã tem sido a severa repressão das mulheres e meninas afegãs. Restringindo suas atividades em quase todos os setores da vida pública, o grupo impôs proibições abrangentes, incluindo o acesso a parques, academias, universidades e empregos em organizações não-governamentais e na ONU. Essas proibições foram justificadas sob o pretexto do cumprimento da interpretação estrita da lei islâmica, ou Sharia. Mulheres afegãs foram excluídas de várias esferas da sociedade, alegando-se falta de aderência ao hijab adequado (vestimenta islâmica para a cabeça) ou violação das regras de segregação de gênero.
Mulheres afegãs que praticavam esportes antes da ascensão do Talibã |
Essas medidas foram acompanhadas por um histórico de proibições, como a imposição anterior de não permitir que meninas frequentassem a escola após o sexto ano. O impacto dessas restrições reverberou globalmente, levando a condenações de governos estrangeiros, organizações de direitos humanos e instituições internacionais. A ONU criticou as restrições impostas pelo Talibã, classificando-as como um obstáculo significativo para que o grupo seja reconhecido internacionalmente como o governo legítimo do Afeganistão.
Mulheres afegãs sofrem com repressão sob regime do talibã
A reação internacional também se manifestou em termos de ajuda financeira. A redução da assistência externa, devido à recusa de doadores em financiar um regime repressor, agravou ainda mais as condições de vida dos afegãos. O país havia sido altamente dependente da ajuda internacional, que financiava serviços essenciais como hospitais, escolas e infraestrutura. A escassez de recursos financeiros foi agravada pela persistente crise climática, pela pandemia de COVID-19, pela falta de medicamentos e pela desnutrição. Como resultado, a população enfrentou dificuldades crescentes, empurrando muitas famílias para a pobreza.
A situação econômica no Afeganistão tem sido complexa e contraditória. Enquanto a moeda local, o afegão, experimentou uma valorização em relação a moedas importantes, o financiamento internacional para programas essenciais foi drasticamente reduzido. O Talibã buscou acordos de investimento com nações como a China e o Cazaquistão, a fim de recuperar a economia. No entanto, o reconhecimento internacional e o levantamento de sanções estão diretamente relacionados ao tratamento das mulheres e meninas no país.
A possibilidade de mudança na política do Talibã depende, em grande parte, de seu líder supremo, Hibatullah Akhundzada. O clérigo desempenha um papel fundamental na formulação de políticas e decretos do grupo. Sua visão ideológica rígida e sua coesão interna influenciam diretamente a tomada de decisões. Embora haja alguma discordância interna sobre as proibições impostas às mulheres e meninas, a liderança do Talibã tem sido eficaz em manter a unidade e a conformidade.
Em termos de reconhecimento internacional, o Talibã tem buscado legitimidade, considerando-a um direito intrínseco, não sujeito a negociação. O grupo tem interagido com potências globais, como a China e a Rússia, com o objetivo de estabelecer relações bilaterais. A cooperação em áreas como refugiados, narcóticos e contraterrorismo têm sido exploradas. Apesar de não ser amplamente reconhecido, o Talibã continua a se envolver com diversas nações, buscando formas de normalizar suas relações no cenário internacional.
Em relação à oposição, a falta de um movimento armado ou político substancial com apoio suficiente para desafiar o domínio do Talibã tem contribuído para a estabilidade do grupo. Aqueles que se opõem ao Talibã enfrentam repressão, e grupos como o Estado Islâmico têm como alvo áreas importantes, mas carecem de recursos significativos para enfrentar o grupo no poder.
À medida que o Afeganistão segue enfrentando desafios econômicos, humanitários e políticos, o futuro do país permanece incerto. O papel do Talibã como governo, suas relações com a comunidade internacional e suas políticas restritivas continuarão a moldar o destino do Afeganistão e a vida de suas mulheres e meninas.
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