Sem remédios: casos de criança e médica revelam crise sanitária em Cuba
Nos últimos meses, pedidos de ajuda e reclamações sobre a falta de medicamentos e tratamentos adequados se espalharam por Cuba, expostos principalmente nas redes sociais. Dois casos recentes ilustram o grave drama sanitário enfrentado pela população da ilha.
Ariana de la Caridad Leon Santiago |
O primeiro caso é de Cristofer Antonio Oliveras Santos, uma criança de apenas 4 anos com sérios problemas digestivos. Ele precisa de uma cirurgia delicada, mas só recebia atendimento esporádico. Após um apelo nas redes, ele finalmente foi internado em um hospital infantil em Bayamo e deve ser transferido para Holguín e depois Havana para realizar a operação. Desde bebê, Cristofer sofre com complicações após ingerir acidentalmente soda cáustica.
Cristofer Antonio (Foto Facebook) |
O segundo caso é da médica cubana Ariana de la Caridad León Santiago, de 59 anos, ( Facebook)que sofre de câncer de mama. Em um vídeo, ela relatou que no hospital onde fazia tratamento disseram não haver mais recursos no país para o caso dela. Diagnosticada em 2009, Ariana já passou por diversas cirurgias e sessões de quimioterapia e radioterapia. Recentemente foram detectadas metástases nos pulmões. Sem opções, a filha da médica precisou parar de trabalhar para cuidar da mãe.
Médica com câncer pede ajuda em vídeo após negarem tratamento em Cuba
VÍDEO
Pesquisa do projeto Cubadata revelou que mais da metade dos cubanos considera impossível ter acesso a remédios no país. Somando com os que afirmam ter muita dificuldade, mais de 80% enfrentam problemas para obter medicamentos. Quanto ao atendimento médico, 57,6% relataram sérias dificuldades para conseguir consultas e exames.
Os casos divulgados nas redes expõem uma crise humanitária no sistema de saúde cubano, alvo de críticas frequentes da população. O governo atribui as deficiências às sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos. Entretanto, especialistas apontam problemas crônicos como a má gestão, a corrupção e o modelo econômico estatal pouco eficiente da ilha.
A escassez de medicamentos é um dos principais gargalos. Muitos remédios e insumos médicos precisam ser importados, o que se tornou mais difícil pela falta de divisas em moeda forte. A indústria farmacêutica nacional não consegue suprir toda a demanda interna. Falhas logísticas e desvios contribuem para o desabastecimento.
Outro problema grave é a deterioração da infraestrutura e falta de investimentos em hospitais e postos de saúde, muitos operando em condições precárias, com equipamentos obsoletos e limitações de água, energia e suprimentos básicos.
A persistente escassez de medicamentos básicos, como antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios, prejudica o atendimento. Exames médicos rotineiros demoram meses ou não são realizados pela falta de insumos e peças de reposição para aparelhos quebrados.
O êxodo de médicos e profissionais de saúde também agrava a situação. Milhares deixaram o país nos últimos anos em busca de melhores condições no exterior. Faltam especialistas em quase todas as áreas e o atendimento piorou bastante no interior da ilha.
Diante desse cenário caótico, os cubanos que podem recorrem ao mercado negro ou à ajuda de parentes no exterior para obter remédios e insumos. Os que não têm acesso precisam implorar ajuda nas redes sociais, esperando mobilizar apoiadores locais e da diáspora. Mas nem todos conseguem a tempo o tratamento necessário.
O sistema de saúde cubano, outrora motivo de orgulho nacional e referência internacional, vive hoje seu momento mais crítico e se encontra à beira do colapso. Urge que as autoridades cubanas admitam a real dimensão da crise e implementem reformas estruturais e emergenciais para reverter o quadro caótico que ceifa vidas e acentua o sofrimento da população.
AR News
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