Governo dos EUA tenta desqualificar Donald Trump dos cargos públicos com base na 14a Emenda da Constituição americana
Discussão jurídica em torno da desqualificação do ex-presidente pelos distúrbios de 6 de janeiro no Capitólio
TRUMP |
Impasses políticos e legais dos processos para declarar Trump inelegível com fundamento na 14a Emenda após os ataques ao Congresso
A 14a Emenda da Constituição dos Estados Unidos proíbe qualquer pessoa que "se engajou em insurreição ou rebelião contra" o país de ocupar cargos públicos. Após o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio por partidários de Trump, alguns defensores começaram a argumentar que a insurreição o tornou inelegível para futuras corridas políticas segundo a 14a Emenda.
O debate sobre a desqualificação de Trump sob a 14a Emenda intensificou-se após o fim de seu mandato. Críticos argumentaram que Trump incitou ou consentiu com os distúrbios no Capitólio e, portanto, deveria ser banido de cargos federais futuros de acordo com a emenda. Defensores de Trump responderam que a lei se referia apenas à participação direta na insurreição, não à retórica antes do ataque, e que uma desqualificação assim violaria o devido processo legal.
A 14a Emenda foi adotada após a Guerra Civil de modo a garantir os direitos civis dos libertos. Seu primeiro artigo visa garantir a cidadania e igualdade de proteção das leis para todos os nascidos nos EUA, incluindo os ex-escravos. Seu terceiro parágrafo também desqualifica qualquer pessoa que tenha tomado parte em insurreição ou rebelião contra os Estados Unidos de ocupar cargos públicos, exceto se o Congresso votar pela remoção da desqualificação por maioria de dois terços.
Entre os primeiros congressistas a levantar a questão da desqualificação de Trump estava o deputado democrata Jamie Raskin. Como líder do segundo processo de impeachment contra Trump, Raskin expressou o desejo de que Trump também seja banido de cargos futuros com base na 14a Emenda, para evitar que instigue mais violência política. Porém, o processo de impeachment não abordou diretamente a questão da 14a Emenda.
Logo após o impeachment falhado, alguns grupos de direitos civis, como a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), começaram a analisar a possibilidade jurídica de desqualificar Trump com base na emenda. Advogados argumentavam que Trump falhou em “preservar, proteger e defender a Constituição”, como exigido no juramento presidencial, ao incitar a violência no Capitólio.
Contudo, havia dúvidas se o Congresso ou os tribunais teriam jurisdição para decidir sobre a desqualificação. Alguns constitucionalistas apontaram que a execução do terceiro parágrafo da 14a Emenda caberia apenas ao Congresso. Outros defenderam que os tribunais também poderiam julgar tal desqualificação, como precedentes no passado nos quais juízes barraram pessoas de ocuparem cargos públicos.
Com Trump fora da Casa Branca, alguns democratas no Congresso passaram a defender medidas legislativas para desqualificá-lo com base na 14a Emenda. O deputado democrata Steven Cohen propôs em janeiro de 2021 uma resolução para investigar se Trump era inelegível segundo o terceiro parágrafo. Isso desencadearia um processo no qual o Congresso poderia votar para desqualificá-lo.
Contudo, os líderes republicanos no Congresso se opuseram firmemente a tal resolução. O líder da minoria republicana na Câmara, Kevin McCarthy, afirmou que os democratas estavam tentando usar a emenda indevidamente para fins políticos. Ele argumentou que caberia ao Departamento de Justiça acusar Trump de algum crime antes de começar qualquer processo de desqualificação no Congresso.
Sem apoio republicano, os esforços democratas no Congresso estagnaram. Enquanto isso, grupos de direitos civis estudavam a possibilidade de mover processos judiciais contra Trump com base na 14a Emenda. Sob essa estratégia, eles poderiam pedir aos tribunais federais que emitam uma ordem judicial declarando Trump inelegível para cargos públicos no futuro.
Porém, os especialistas reconheciam que tal ação judicial enfrentaria sérios obstáculos legais. Os tribunais federais poderiam alegar que a desqualificação é matéria do Congresso e não do judiciário. Defensores de Trump também certamente contestariam uma ação judicial, alegando que Trump nunca foi acusado ou condenado por conduta criminal relacionada aos distúrbios e que seus direitos ao devido processo seriam violados.
No fim das contas, os esforços para banir Trump de cargos públicos com base na 14a Emenda chegaram a um beco sem saída. Com os republicanos no Congresso unidos para defender Trump e depois que os democratas perderam a maioria na Câmara nas eleições de meio de mandato de 2022, parece pouco provável que o Congresso passe qualquer legislação para desqualificar Trump no futuro. Da mesma forma, os tribunais federais dificilmente se envolverão nessa disputa política. Assim, Trump permanece legalmente apto para se candidatar novamente, caso deseje.
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