Afantasia: a variedade na capacidade de visualização mental |
Desvendando os mistérios da afantasia e da consciência fenomenal
A capacidade de criar imagens mentais visuais varia amplamente entre as pessoas, com alguns capazes de visualizar detalhadamente rostos, objetos e cenas do passado, enquanto outros têm uma mente interna completamente vazia, incapazes de produzir imagens mentais. Isso é conhecido como afantasia, que é a incapacidade voluntária de gerar imagens mentais visuais correspondentes a ideias.
Pessoas com afantasia congênita, ou seja, aquelas que têm essa condição desde o nascimento e não devido a lesões cerebrais ou doenças psiquiátricas, muitas vezes só percebem sua peculiaridade mais tarde na vida. Para eles, essa falta de habilidade visual não causa nenhum problema funcional significativo, e eles frequentemente não têm consciência de serem atípicos. Isso contrasta com os hiperfantásticos, indivíduos capazes de criar imagens mentais extremamente precisas.
Um estudo realizado pelo neurologista Paolo Bartolomeo e pelo estudante de doutorado Jianghao Liu, do Instituto do Cérebro de Paris, examinou a origem da afantasia e como ela se relaciona com a percepção visual. O estudo envolveu 117 voluntários, incluindo afantásicos, hiperfantásticos e pessoas com imagens mentais típicas. Eles foram submetidos a um teste de imagens mentais e percepção visual chamado Bateria de Percepção de Imaginação (BIP).
No BIP, os participantes olhavam para uma tela em branco enquanto uma voz anunciava uma qualidade visual, como "forma", seguida por duas palavras correspondentes a conceitos que eles deveriam visualizar em suas mentes com precisão. A voz também fornecia um qualificador, como "longo", e os participantes precisavam escolher qual conceito, como "castor" ou "raposa", melhor se encaixava com o qualificador. A velocidade e a precisão das respostas foram registradas, e os participantes avaliaram a qualidade de suas imagens mentais. Em seguida, realizaram um teste de percepção visual em que as imagens eram apresentadas visualmente.
Os resultados do estudo indicaram que, em termos de percepção e associação de conceitos a representações visuais, os afantásicos não diferiam significativamente dos outros grupos. No entanto, eles eram mais lentos no processamento de informações visuais, especialmente em relação a formas e cores. Além disso, tinham menos confiança na precisão de suas respostas.
Os pesquisadores sugerem que os afantásicos não apresentam déficits perceptivos, de memória ou de processamento de linguagem. Em vez disso, eles podem ter um leve defeito na chamada consciência fenomenal, o que significa que eles têm acesso a informações visuais, como formas e cores, mas essas informações não se traduzem em imagens mentais visuais em sua experiência consciente. Isso pode ser compensado por outras estratégias cognitivas, como a criação de listas mentais de características visuais para lembrar informações visuais.
Esses resultados preliminares, embora baseados em um questionário online, são promissores para a compreensão das imagens mentais visuais e podem levar a futuras pesquisas sobre os mecanismos neurais subjacentes a essas observações. Além disso, essa compreensão pode ser útil no desenvolvimento de ferramentas de intervenção para condições psiquiátricas, como o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), onde a capacidade de controlar imagens mentais intrusivas pode ser benéfica para a recuperação dos pacientes.
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