Trabalhadores da manutenção retiram o Cristo da capela da Universidade Centro-Americana (UCA), após seu confisco em 16 de agosto de 2023 |
Nos últimos anos, a Nicarágua tem sido palco de eventos que abalam profundamente a sociedade e a comunidade internacional.
Um desses eventos que tem causado grande preocupação é a expulsão dos jesuítas da Universidade Centro-Americana (UCA) em Manágua. Em 8 de setembro de 2023, o mundo testemunhou a triste realidade de como a polícia encapuzada invadiu a residência dos sacerdotes e os forçou a deixar sua casa. Este artigo busca fornecer uma visão detalhada deste incidente chocante e suas implicações.
O Confisco da UCA: Um Contexto Perturbador
Para entender completamente a gravidade deste incidente, é importante contextualizá-lo. A Universidade Centro-Americana, uma instituição de renome na Nicarágua, foi fechada e confiscada pelas autoridades em agosto de 2023, sob a acusação de ser um "centro de terrorismo". Esta acusação, amplamente contestada, marcou o início de uma série de eventos que culminaram na expulsão dos sacerdotes jesuítas.
A Invasão da Residência Villa Carmen
No fatídico dia 19 de agosto de 2023, a residência Villa Carmen, onde seis sacerdotes jesuítas da UCA viviam, foi invadida por 15 policiais encapuzados e fortemente armados. Este ato de invasão deixou os religiosos chocados e aterrorizados, pois eles não podiam imaginar que sua casa seria alvo de tal violência.
O Confronto com a Polícia Encapuzada
Ao retornarem à residência após celebrarem uma eucaristia e um almoço de despedida para um dos sacerdotes que estava partindo para Espanha, os jesuítas se depararam com uma cena aterradora. Quinze policiais encapuzados estavam lá, exigindo a presença do padre Rolando Alvarado, o reitor da UCA, que não estava presente naquele momento.
Um dos sacerdotes tentou explicar que a residência não pertencia à universidade jesuíta, mas essa explicação foi ignorada. Os policiais afirmaram que a residência agora era propriedade do Estado da Nicarágua, uma reviravolta chocante.
A Violência Emocional e Psicológica
Embora não tenha havido agressões físicas, os sacerdotes relataram que a violência emocional e psicológica que sofreram foi profunda e angustiante. Cada sacerdote foi acompanhado por dois policiais armados ao entrar em seus quartos para retirar seus pertences pessoais. Essa situação de completa desolação deixou marcas emocionais duradouras nos religiosos.
O Exílio do Padre Rolando Alvarado
O reitor da UCA, padre Rolando Alvarado, já havia planejado deixar o país no dia da invasão. Graças ao apoio de algumas freiras, Alvarado e outros dois padres encontraram um lugar seguro nos arredores de Manágua. Esse exílio foi uma medida de segurança necessária, dada a escalada da violência e da repressão no país.
O Papel do Serviço Jesuíta aos Migrantes
Durante a jornada para o local seguro, os sacerdotes receberam apoio crucial do Serviço Jesuíta aos Migrantes (SJM) da Costa Rica. Esta organização desempenhou um papel fundamental em garantir a segurança dos religiosos enquanto eles buscavam refúgio e proteção.
O Futuro dos Jesuítas na Nicarágua
Apesar da adversidade, 11 jesuítas ainda permanecem na comunidade de San Ignacio na Nicarágua, imaginando os desafios que podem surgir nos próximos dias. Eles enfrentam a incerteza e a vulnerabilidade diante do abuso de poder do governo.
Solidariedade com os Presos Políticos
Este incidente traz à tona a necessidade de solidariedade com os presos políticos na Nicarágua, que estão sofrendo as consequências da crise nacional. É urgente que não esqueçamos de rezar e apoiar aqueles que enfrentam essa dura realidade.
A Dissolução da Companhia de Jesus na Nicarágua
Em agosto de 2023, o regime de Ortega dissolveu o ramo nicaraguense da Companhia de Jesus, a ordem católica romana à qual pertence o Papa Francisco. Além disso, ordenou a expropriação de seus bens, incluindo a UCA. Essas ações têm causado profunda preocupação e indignação em todo o mundo.
Conclusão: Um Ato de Injustiça Inaceitável
A expulsão dos jesuítas da UCA em Manágua é um ato de injustiça inaceitável que merece a atenção global. Este incidente chocante evidencia a necessidade de proteger os direitos humanos e a liberdade de pensamento em uma sociedade democrática. É crucial que a comunidade internacional continue a apoiar aqueles que estão enfrentando a repressão e a violência na Nicarágua. O mundo está observando, e é nosso dever condenar tais atos de injustiça.
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