antibiótico |
A resistência aos antibióticos emerge como um dos desafios mais prementes na área da saúde pública, com implicações globais. Os esforços internacionais para combater esse problema têm se concentrado principalmente no desenvolvimento de novos medicamentos e na redução do uso indiscriminado de antibióticos. No entanto, um aspecto crítico muitas vezes negligenciado é a interface entre humanos e animais, particularmente em regiões onde a infraestrutura de água, saneamento e higiene é deficiente.
No cenário atual, gostaríamos de destacar as consequências da falta de controle ambiental adequado nessa interface e ilustrar nossas preocupações com base em uma pesquisa realizada no Camboja, um país de renda média com alta conectividade entre humanos e animais, bem como o uso não regulamentado de antibióticos.
Consequências da Falta de Controle Ambiental
Nossa pesquisa se concentrou na análise de elementos de resistência móvel em cepas de Escherichia coli isoladas de seres humanos e carne no Camboja. O que observamos foi surpreendente e preocupante. Identificamos elementos de resistência móvel idênticos e uma região de transposon conservada que estava amplamente disseminada tanto em seres humanos quanto em animais. Esse fenômeno é raramente observado em ambientes de alta renda, onde os controles ambientais são mais rigorosos.
Essas descobertas sugerem que o fluxo de genes de resistência entre humanos e animais pode ser muito mais significativo em contextos onde a infraestrutura de água, saneamento e higiene é precária. Isso pode levar ao surgimento e à disseminação de agentes patogênicos resistentes, agravando ainda mais o problema da resistência aos antibióticos.
A Necessidade de Intervenções Multissetoriais
Diante desse cenário, torna-se evidente que abordar a resistência aos antibióticos em países de baixa e média renda deve incluir medidas que fortaleçam os controles ambientais na interface homem-animal. Isso envolve a implementação de estratégias de Água, Saneamento e Higiene (WASH) e medidas de biossegurança em ambientes de produção animal.
Para obter uma compreensão mais abrangente das intervenções que podem reduzir a carga de infecções em humanos e animais, bem como a disseminação de resistência a antibióticos, convidamos a comunidade internacional a explorar a revisão sistemática disponível em https://www.thelancet.com/journals/lanplh/article/PIIS2542-5196(23)00049-9/fulltext.
Além disso, em março de 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Grupo Consultivo sobre Vigilância Integrada da Resistência Antimicrobiana (AGISAR) lançaram um protocolo padrão para a vigilância multissetorial integrada. Este modelo tem como objetivo monitorar a Escherichia coli produtora de beta-lactamase de espectro estendido (ESBL) nos setores humano, animal e ambiental. Para mais informações sobre esse protocolo, visite https://www.who.int/publications/i/item/9789240021402.
Conclusão
A resistência aos antibióticos é um desafio que transcende fronteiras e requer uma abordagem global. Ao reconhecer a importância da interface homem-animal e implementar medidas adequadas de controle ambiental, podemos contribuir significativamente para conter a propagação de agentes patogênicos resistentes e preservar a eficácia dos antibióticos, salvando vidas em todo o mundo.
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