General do Exército Julio Cesar Aviles, junto com seu chefe, Daniel Ortega, em 4 de setembro de 2023. Foto da Presidência. |
Desde o seu regresso ao poder em 2007, Daniel Ortega promoveu 34 membros do Exército da Nicarágua ao posto de general de brigada . Dezenove deles continuam servindo sob a autoridade do Comando Geral, chefiado pelo General do Exército Júlio César Avilés há treze anos. Com Avilés, há 20 generais no topo do Exército.
O General Avilés e o Silêncio que Abafa a Nicarágua
O recente discurso do General Julio Cesar Avilés, Chefe do Exército da Nicarágua, contra jornalistas independentes e exilados, lançou um forte alerta sobre a situação política e de liberdade de expressão no país. No entanto, o que é ainda mais notável é a ausência de refutação por parte do Exército em relação às investigações publicadas pelo Confidencial, um meio de comunicação independente que expôs as entranhas do sistema militar nicaraguense. Este artigo pretende aprofundar as implicações desse discurso e das investigações jornalísticas, bem como analisar o que está em jogo para a Nicarágua.
A Investigação do Confidencial e a Falta de Resposta do Exército
No início de setembro, o Confidencial publicou uma investigação detalhada que revelou a existência de vinte generais no Exército da Nicarágua, liderados pelo próprio General Avilés. Esses generais formaram um "plug institucional" que obstruiu a ascensão de novos líderes militares dentro das Forças Armadas. O que é notável é que, apesar do discurso inflamado de Avilés contra os jornalistas independentes, ele não contestou nenhuma das informações apresentadas na investigação. O diretor do Confidencial, Carlos Fernando Chamorro, destacou que as informações se baseavam em dados oficiais e fatos corroborados. Isso levanta a questão: por que o Exército não refutou as alegações?
O Silêncio Institucional e as Consequências
A falta de resposta do Exército à investigação do Confidencial levanta sérias preocupações sobre a transparência e a responsabilidade no país. Em vez de enfrentar as alegações de bloqueio à ascensão de novos líderes militares, o General Avilés optou por atacar a imprensa independente, classificando jornalistas como "parasitas e mercenários da informação". Esse tipo de retórica não apenas ameaça a liberdade de expressão, mas também cria um ambiente perigoso para jornalistas e cidadãos que se opõem ao regime.
O Círculo Interno do Exército e as Implicações
A investigação do Confidencial revelou que, dentro do Exército da Nicarágua, existe um círculo interno de generais que detêm o poder e bloqueiam as oportunidades de promoção de outros oficiais, muitos dos quais tiveram seus cargos prolongados por motivos políticos. Isso levanta preocupações sobre a meritocracia e o respeito à lei dentro da instituição militar. Há uma clara falta de movimento no topo do Exército, e isso cria um obstáculo significativo para dezenas de coronéis e tenentes-coronéis que desejam avançar em suas carreiras.
As Implicações Econômicas e Políticas
A investigação também revelou que o General Avilés e outros líderes militares foram recompensados com vantagens econômicas em troca de sua lealdade ao presidente Daniel Ortega. Isso incluiu a doação de terras ao Exército, que, em muitos casos, foram usadas para fins comerciais em benefício de altos funcionários. Além disso, o orçamento do Exército aumentou significativamente durante o governo de Ortega, criando incentivos econômicos para manter a lealdade ao regime.
A Campanha de Avilés e o Futuro
A reação furiosa do General Avilés e seu discurso inflamado levantam questões sobre seus objetivos políticos. Sua retórica parece estar alinhada com a de Daniel Ortega e Rosario Murillo, e isso levanta suspeitas de que ele está buscando recondução ao cargo em 2025. No entanto, é o General Avilés quem deve explicar seu comportamento e suas intenções à população.
As Sanções Internacionais e a Não Participação em Golpes de Estado
É importante mencionar que o General Avilés fez referência às sanções internacionais e jurou que nunca lideraria um golpe de estado contra o presidente Daniel Ortega. No entanto, é crucial destacar que as sanções não foram impostas contra o povo nicaraguense ou contra o Exército como instituição, mas sim contra indivíduos específicos, incluindo Avilés, devido a preocupações com seu envolvimento em violações dos direitos humanos e corrupção.
As Implicações para a Liberdade de Expressão e os Jornalistas
O discurso de Avilés não pode ser subestimado em sua gravidade. Ao ameaçar jornalistas independentes, ele não apenas silencia a voz da imprensa crítica, mas também coloca em risco a integridade física de jornalistas e defensores dos direitos humanos. O Relator Especial da OEA para a Liberdade de Expressão, Pedro Vaca, alertou para o perigo dessa retórica, que pode justificar ações prejudiciais à integridade das pessoas.
Conclusão
O discurso do General Avilés e a falta de resposta do Exército às investigações jornalísticas lançam uma luz preocupante sobre a situação política e de liberdade de expressão na Nicarágua. É fundamental que a comunidade internacional acompanhe de perto essa situação e continue a apoiar os jornalistas independentes que continuam a fazer jornalismo em um ambiente cada vez mais hostil. O silêncio institucional e a retórica inflamada não podem prevalecer sobre a busca pela verdade e pela justiça na Nicarágua.
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Artigo original:
https://confidencial.digital/english/daniel-ortegas-20-army-generals/
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