Espancamento e tortura surgem no Zimbabué após eleições
Polícia |
Numa aparente contradição entre as palavras do recém-reeleito Presidente Emmerson Mnangagwa, que prega "paz, amor, harmonia e tolerância", e a realidade no terreno, o Zimbabué parece estar mergulhando em uma nova era de opressão brutal.
Por trás das declarações de Mnangagwa, mais de uma dúzia de figuras da oposição da Coligação de Cidadãos para a Mudança (CCC) foram detidas pela polícia nas três semanas após a eleição, de acordo com o partido. Além disso, alguns foram vítimas de sequestros violentos.
Entre os presos recentemente está Maureen Kademaunga, deputada e vereadora da oposição CCC, acusada de tentativa de homicídio e danos à propriedade. Seu advogado, no entanto, afirmou que não havia provas contra ela.
Repressão Contra a Oposição
A situação é preocupante, e a repressão parece ser disseminada, envolvendo o uso da aplicação da lei e do poder judicial, de acordo com o advogado de direitos humanos, Douglas Coltart.
Num incidente chocante, Womberaiishe Nhende, eleito conselheiro local do principal partido de oposição do Zimbabué, foi retirado de seu carro por homens não identificados, baleado com uma arma de choque, algemado e espancado. Ele e um familiar foram então levados para longe da capital, Harare, onde foram submetidos a espancamentos, interrogatórios e injeções de substâncias desconhecidas, conforme relatam seus advogados.
Nhende compartilhou sua angustiante experiência e exibiu suas feridas em um vídeo divulgado pelo CCC, o principal rival do ZANU-PF nas eleições.
História de Violência e Intimidação
Essas histórias de repressão não são novas no Zimbabué, que tem uma longa história de violência e intimidação contra a oposição durante os 43 anos de governo do partido ZANU-PF.
Há mais de 15 anos, o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, foi amplamente divulgado na mídia internacional com o rosto gravemente ferido após ser detido pela polícia durante o governo autocrático de Robert Mugabe. A violência era uma tática comum contra a oposição naquela época.
A Continuidade da Repressão sob Mnangagwa
Em meio a esse cenário, Emmerson Mnangagwa, apelidado de "o crocodilo" devido à sua trajetória como ex-guerrilheiro, conquistou um segundo mandato como presidente no mês passado. No entanto, as eleições foram contestadas pelo CCC e questionadas por observadores internacionais e regionais, que apontaram inúmeros problemas, incluindo um ambiente de medo e intimidação.
A repressão parece persistir no Zimbabué, mesmo seis anos após a deposição de Robert Mugabe e a ascensão de Mnangagwa ao poder em 2017. O presidente e seu partido negam repetidamente as acusações de repressão e afirmam que o país é uma democracia madura sob seu governo.
No entanto, essa afirmação é vista com ceticismo por muitos, incluindo organizações de direitos humanos como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch.
Um Potencial Não Realizado
O Zimbabué possui vastos recursos naturais, incluindo terras agrícolas férteis, grandes depósitos de lítio, e possíveis reservas de petróleo e gás. Apesar desse potencial, a nação continua enfrentando desafios políticos e sociais.
Recentemente, a polícia anunciou uma nova série de prisões de figuras da oposição, o que levanta sérias preocupações sobre o estado da democracia no país.
Nelson Chamisa, líder da CCC, que perdeu nas eleições presidenciais, afirma que seu partido está sob cerco e enfrentando reações negativas. O CCC alega que dois de seus legisladores foram presos recentemente, e outros foram reeleitos enquanto estavam detidos.
A repressão pós-eleitoral no Zimbabué parece continuar, agora que observadores internacionais já não estão presentes.
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