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No cenário da suinocultura global, uma nova sombra ameaçadora surgiu: o Circovírus Suíno 4 (PCV-4). Embora tenha sido descoberto na China em 2019, estudos revelaram sua presença desde 2008. Esse vírus, inicialmente identificado em porcos domésticos chineses, expandiu sua presença para populações de javalis na China e porcos domésticos na Coreia do Sul e Tailândia. Até agora, a Ásia permanece o único continente onde esse novo vírus foi detectado, com estudos na América do Sul e Europa falhando em sua detecção. No entanto, uma virada alarmante ocorreu recentemente na Europa, com a primeira detecção do PCV-4 em javalis e porcos domésticos no Centro-Sul-Oeste da Espanha.
Para compreender essa descoberta, foi realizado um estudo retrospectivo em javalis e porcos domésticos, tanto em ambientes de criação extensiva, como a raça ibérica, quanto em ambientes intensivos, na Espanha e Itália, amostrados entre 1998 e 2022. Utilizando PCR convencionais e quantitativos em tempo real (protocolos qPCR), os pesquisadores tentaram detectar o genoma do PCV-4. Resultados positivos foram confirmados por meio do sequenciamento Sanger. Surpreendentemente, 34,3% dos javalis espanhóis e 4% dos porcos ibéricos (ambos na região centro-sudoeste da Espanha) foram positivos para qPCR, enquanto os animais testados no Norte e Leste da Espanha e na Itália não apresentaram sinais do vírus. Sequências genéticas das amostras selecionadas confirmaram a presença do PCV-4. A alta prevalência em javalis e a baixa em porcos ibéricos na mesma área sugerem transmissão intra e interespecífica, com os javalis como possíveis reservatórios virais.
Ainda não compreendemos totalmente a importância epidemiológica e clínica desses achados. O surgimento do PCV-4 evoca memórias dos dias antes das vacinas PCV-2, quando a produção suína era marcada pela incerteza. A chegada das vacinas contra o PCV-2 revolucionou a indústria, reduzindo significativamente as perdas. É imperativo que este novo vírus não siga o mesmo caminho global do seu predecessor. As esperanças estão voltadas para a ciência, na esperança de que estratégias eficazes sejam desenvolvidas para proteger o rebanho suíno global contra essa nova ameaça que se aproxima.
[Um artigo recente (https://veterinaryresearch.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13567-022-01053-w) resume as diferenças genômicas e estruturais entre os quatro subtipos de PCV atualmente identificados. A lembrança dos dias pré-vacinação contra o PCV-2 ainda nos assombra, quando entrar em um celeiro repleto de porcos em crescimento significava enfrentar a incerteza de que 5-30% deles jamais chegariam ao mercado, dependendo das co-infecções que contraíam. As vacinas contra o PCV-2 literalmente salvaram a produção moderna de suínos. Agora, só nos resta torcer para que o PCV-4 não se espalhe globalmente como o PCV-2 fez ou que não tenha o mesmo impacto devastador sobre o rebanho suíno global que seu antecessor teve durante o início e meados dos anos 2000.
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