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Impacto do COVID-19 no Cérebro: Uma Análise Detalhada através da Imagem de Microestrutura por Difusão
Um estudo recente, que será apresentado na próxima reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte, revela descobertas intrigantes sobre as alterações microestruturais no cérebro de pacientes com COVID-19 de longa duração. Comparando imagens de ressonância magnética (MRI) de pacientes totalmente recuperados, sobreviventes sem sintomas persistentes e controles saudáveis, os pesquisadores utilizaram uma técnica inovadora de ressonância magnética chamada imagem de microestrutura por difusão (DMI). Esta técnica, capaz de analisar o movimento das moléculas de água nos tecidos cerebrais, proporcionou uma visão mais detalhada das mudanças cerebrais do que as ressonâncias magnéticas tradicionais.
Até o momento, os médicos enfrentavam desafios para identificar diferenças microestruturais no cérebro de pacientes com COVID-19 de longa duração, uma condição que afeta entre 10% a 15% dos indivíduos que contraíram o vírus. As ressonâncias magnéticas convencionais não eram sensíveis o suficiente para detectar alterações subtis, frustrando a busca por uma explicação fisiopatológica para esse distúrbio.
Os 89 pacientes com COVID-19 de longa duração incluídos no estudo foram comparados a 38 pacientes totalmente recuperados e 46 controles saudáveis. Surpreendentemente, o desempenho cognitivo de 41% dos pacientes com COVID-19 de longa duração foi prejudicado, e 53% não conseguiram retomar seus níveis anteriores de independência e/ou emprego devido à infecção. A fadiga afetou 78% dos participantes, enquanto 73% relataram prejuízo no olfato.
O estudo destaca a importância da imagem por difusão de microestrutura (DMI) como uma ferramenta promissora para preencher as lacunas nas pesquisas, detectando mudanças de volume mesmo em pequenos compartimentos microestruturais do tecido neural. Os resultados fornecem uma visão in vivo do impacto do COVID-19 no cérebro, revelando alterações na estrutura cerebral que estão positivamente associadas à gravidade da infecção inicial por COVID-19.
O principal autor do estudo, Alexander Rau, MD, do Hospital Universitário de Freiburg, na Alemanha, enfatizou a relevância dessas descobertas: "Este estudo permite uma visão in vivo sobre o impacto da COVID-19 no cérebro. A expressão de sintomas pós-COVID foi associada a redes cerebrais afetadas específicas, sugerindo uma base fisiopatológica desta síndrome".
Uma descoberta particularmente intrigante é que o DMI revelou alterações microestruturais tanto em pacientes com COVID-19 de longa duração quanto naqueles que foram infectados, mas não desenvolveram sintomas persistentes. Isso sugere que o vírus pode influenciar a estrutura cerebral independentemente da presença de sintomas prolongados.
"Observamos alterações na massa cinzenta tanto em pacientes com COVID-19 de longa duração quanto naqueles que não sofreram alterações após uma infecção por COVID-19", explicou Rau. "Curiosamente, não apenas notamos alterações microestruturais generalizadas em pacientes com COVID longo, mas também naqueles que não sofreram alterações após terem contraído COVID-19".
Apesar da fascinante natureza das descobertas, os autores do estudo destacam que ainda há muito a ser compreendido sobre por que alguns pacientes desenvolvem a condição conhecida como COVID longo, enquanto outros se recuperam completamente. As implicações dessas mudanças cerebrais, tanto em termos de sintomas quanto de prognóstico, permanecem uma área de pesquisa ativa.
Em conclusão, este estudo representa um passo significativo no entendimento do impacto do COVID-19 no cérebro, utilizando uma técnica de imagem inovadora para revelar alterações microestruturais em pacientes com sintomas persistentes e naqueles sem sequelas aparentes. As implicações clínicas dessas descobertas poderiam orientar abordagens terapêuticas futuras e estratégias de gestão para indivíduos afetados pelo COVID-19 de longa duração.
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