O Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas divulgou dados preocupantes sobre a incidência de cólera na Síria, destacando um período alarmante entre 25 de agosto de 2022 e 2 de setembro de 2023. Neste intervalo, foram registradas 105 fatalidades relacionadas à doença, com 189.374 casos suspeitos distribuídos nas 14 Províncias sírias.
Um subsequente relatório, publicado em 20 de setembro de 2023, aprofundou a análise, revelando 16.029 novos casos suspeitos entre 2 de agosto e 2 de setembro de 2023, sem adição de mortes ao registro. As Províncias mais gravemente afetadas, conforme destacado, incluem Idlib, respondendo por 75.959 casos suspeitos a uma taxa de 40,1%, Aleppo com 63.255 casos suspeitos a uma taxa de 33,4%, Raqqa com 23.032 casos suspeitos a uma taxa de 12,2%, e Deir ez Zor com 20.797 casos suspeitos a uma taxa de 11%.
Em uma entrevista exclusiva com o Dr. Dureid Al-Rahma, líder dos Cuidados de Saúde Primários em Idlib, o The New Arab explorou as ramificações do aumento significativo nos casos de cólera. Durante a última semana, a Organização de Resposta Especial para Epidemias relatou aproximadamente 3.934 novos casos suspeitos, dos quais 11 foram confirmados positivamente, resultando em uma fatalidade adicional. O Dr. Dureid destacou a pressão extrema enfrentada pelos sírios diante desse surto.
A análise do médico aponta para fatores multifacetados que contribuem para o ressurgimento da cólera. A criação de campos improvisados para deslocados internos, caracterizados por instalações sanitárias inadequadas e ausência de padrões básicos de higiene, emerge como um catalisador. Além disso, a escassez persistente de água potável e a crescente poluição devido a problemas nas redes de esgoto amplificam a propagação do contágio.
Mudanças demográficas e condições de vida precárias agravam ainda mais a situação. Dureid observou um aumento pronunciado nos casos em 21 de setembro de 2023, com infecções agora concentradas em centros urbanos e áreas de acampamento densamente povoadas.
O médico sublinhou que, inicialmente, 8 centros de tratamento de cólera foram estabelecidos em Idlib, considerados adequados dado o número inicialmente baixo de casos. No entanto, com a administração do primeiro lote de vacinas, aproximadamente 1,7 milhões de doses foram distribuídas, focando nas áreas de acampamentos de alto risco, reduzindo efetivamente a taxa de infecção.
Embora as vacinas tenham desempenhado um papel crucial, as Nações Unidas alertaram para a disseminação generalizada da cólera na Síria, apontando para a capacidade limitada de testes e um sistema de saúde gravemente comprometido. A Defesa Civil Síria também emitiu um comunicado destacando o aumento de mortes e infecções no noroeste da Síria, enfatizando esforços contínuos em conscientização, melhoria de serviços de água e saneamento, e gestão de resíduos.
Com mais de 11 anos de conflito na Síria, a nação enfrenta uma séria crise hídrica devido à destruição das infraestruturas de água e saneamento. Os cidadãos, forçados a recorrer a fontes perigosas de água, enfrentam também a falta de serviços médicos essenciais desde o início da crise.
A cólera, uma infecção diarreica aguda causada pela bactéria Vibrio cholerae, está intrinsecamente ligada ao acesso insuficiente à água potável e ao saneamento adequado. O terramoto devastador na Síria e danos adicionais às já debilitadas redes de água e esgoto aumentaram o risco, resultando no surto observado. Os números oficiais até 2 de setembro de 2023 indicam 89.374 casos suspeitos e 105 mortes.
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