Mais de 80% dos jornalistas afirmam ter enfrentado assédio e violência no desempenho do seu trabalho.
O uso de drones para monitorar e seguir jornalistas estrangeiros na China, bem como para deter, assediar e ameaçar com a não renovação das autorizações de trabalho, é uma prática alarmante destacada em um recente relatório sobre as condições de trabalho dos jornalistas no país.
O relatório, baseado na pesquisa anual do Clube de Correspondentes Estrangeiros da China, revela que quatro em cada cinco jornalistas estrangeiros enfrentaram interferência, assédio ou violência enquanto tentavam realizar seu trabalho na China no último ano. Essa interferência incluiu vigilância por meio de tecnologia avançada, como drones, que foram usados para seguir jornalistas em suas reportagens, até mesmo em áreas remotas e durante a cobertura de eventos sensíveis.
Um dos jornalistas entrevistados relatou ter sido seguido por carros com pessoas à paisana e até mesmo observado por drones durante uma reportagem sobre a situação do golfinho do rio Yangtze. Outro jornalista enfrentou vigilância semelhante durante uma viagem de reportagem sobre fenômenos meteorológicos extremos em duas províncias chinesas. Esses relatos evidenciam uma tendência preocupante de monitoramento e intimidação de jornalistas estrangeiros na China.
Além do monitoramento físico, os jornalistas também expressaram preocupação com a vigilância online, com a crença de que suas comunicações eletrônicas são monitoradas pelas autoridades chinesas. Muitos relataram casos de interferência em seus dispositivos eletrônicos e até mesmo suspeitas de terem seus aplicativos de comunicação comprometidos. Essa vigilância constante cria um ambiente de medo e incerteza para os jornalistas, dificultando seu trabalho e restringindo sua liberdade de expressão.
O relatório também destaca a ampla obstrução enfrentada pelos jornalistas estrangeiros na China, tanto por autoridades quanto por pessoas não identificadas. Mais da metade dos jornalistas pesquisados disseram ter sido obstruídos pela polícia ou por outras autoridades, enquanto quase a metade encontrou obstrução por parte de pessoas desconhecidas. Essa obstrução pode incluir ameaças de não renovação de vistos e autorizações de trabalho, bem como avisos para não se juntarem a organizações consideradas ilegais pelo governo chinês.
A situação é especialmente difícil em áreas consideradas sensíveis pelas autoridades chinesas, como a região de Xinjiang, onde mais de 80% dos jornalistas enfrentaram problemas ao tentar reportar. O relatório destaca relatos de vigilância constante, intimidação e assédio por parte das autoridades locais, tornando extremamente desafiador para os jornalistas fazerem seu trabalho de forma livre e independente.
Além disso, o relatório aponta para uma crescente relutância de fontes e entrevistados em falar com jornalistas estrangeiros, devido ao medo de represálias das autoridades chinesas. Isso inclui acadêmicos, especialistas e comentaristas, que muitas vezes se recusam a dar entrevistas ou pedem anonimato por medo de retaliação.
Em resumo, o relatório destaca um ambiente cada vez mais hostil para jornalistas estrangeiros na China, caracterizado por vigilância, obstrução e intimidação por parte das autoridades. Essas práticas representam uma séria ameaça à liberdade de imprensa e à capacidade dos jornalistas de relatar de forma independente e imparcial sobre os acontecimentos no país.
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