A análise recente de dados nacionais dos EUA, conduzida por pesquisadores da Clínica Mayo, revelou que pacientes residentes em áreas rurais apresentaram taxas de mortalidade mais elevadas e uma tendência a taxas de readmissão superiores após a hospitalização por COVID-19, em comparação com aqueles provenientes de áreas urbanas. Surpreendentemente, essa disparidade persistiu mesmo após a introdução das vacinas COVID-19.
O estudo, publicado no Fórum Aberto de Doenças Infecciosas, analisou mais de 600 dias de acompanhamento e incluiu 9.325 pacientes hospitalizados entre março de 2020 e julho de 2022 por COVID-19, com acompanhamento até maio de 2023. Dos pacientes estudados, 31% residiam em 187 condados rurais em 31 estados, enquanto 69% eram provenientes de 234 condados urbanos em 44 estados. A idade média dos pacientes rurais foi de 66 anos, enquanto a dos pacientes urbanos foi de 64 anos. Uma análise de sensibilidade foi conduzida com dados de 17 hospitais localizados no Arizona, Flórida, Minnesota e Wisconsin.
Os resultados indicaram que os pacientes de áreas rurais eram mais frequentemente idosos, brancos, solteiros e fumantes atuais em comparação com aqueles de áreas urbanas. Além disso, a residência em áreas rurais foi associada a uma taxa de mortalidade por todas as causas 22% maior e a uma taxa de readmissão 6% maior, embora este último achado não tenha atingido significância estatística. Os pacientes rurais também foram tratados com maior frequência com medicamentos específicos para COVID-19, como remdesivir, dexametasona e inibidores de JAK1/2/inibidores de interleucina-6, quando hospitalizados.
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Mesmo após análises detalhadas por variáveis como sexo, estado civil, ano pandêmico, serviço de internação e uso de medicamentos específicos, a diferença na mortalidade entre pacientes de áreas rurais e urbanas permaneceu consistente. Esta disparidade persistiu mesmo no cenário pós-vacinação, uma vez que os pacientes de áreas rurais tendiam a ser mais idosos e apresentavam mais comorbidades associadas a formas graves de infecção por COVID-19.
Os resultados deste estudo destacam a importância de abordagens abrangentes e multidisciplinares para reduzir as disparidades de saúde entre pacientes de áreas rurais e urbanas. Mais esforços são necessários para compreender e enfrentar os desafios específicos enfrentados por comunidades rurais, garantindo acesso equitativo a cuidados de saúde eficazes e oportunidades de prevenção.
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