InfoGripe: VSR e influenza A ainda dominam as internações no país
O mais recente Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quarta-feira (29/5), reafirma o alerta para as internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente causadas por influenza A (gripe) e vírus sincicial respiratório (VSR). O cenário nacional apresenta uma situação heterogênea, com alguns estados apontando uma reversão na tendência de crescimento, enquanto outros ainda mantêm um ritmo de aumento semanal. O estudo ressalta que, em função da situação atual no Rio Grande do Sul, os dados das semanas recentes devem ser analisados com cautela devido a possíveis impactos na capacidade de atendimento e registro eletrônico de novos casos de SRAG no estado.
Panorama Atual da SRAG: Internações e Óbitos por Influenza A e VSR |
Dados da Semana Epidemiológica 21
Referente à Semana Epidemiológica (SE) 21, de 19 a 25 de maio, o estudo baseia-se nos dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 27 de maio. Apesar de alguns casos estarem associados ao rinovírus, o predomínio das internações por SRAG no país continua sendo pela influenza A e pelo VSR.
Tendências Regionais
Ao analisar a influenza A, observa-se uma reversão e interrupção no crescimento na região Nordeste, com início de queda em vários estados. No Centro-Sul brasileiro, no entanto, há um maior número de estados que continuam com aumento, embora alguns deles já comecem a diminuir o ritmo de crescimento semanal. Em relação ao VSR, o quadro é mais homogêneo pelo país, mantendo o aumento em diversos estados.
Recomendações de Cuidados
O pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, comenta sobre o panorama e faz apelos aos cuidados necessários. “De maneira geral, continuamos tendo volumes importantes de internações por infecções respiratórias. Quando olhamos para o agregado nacional, temos uma situação de platô. Portanto, continuamos com as recomendações fundamentais e básicas, como a vacinação contra a gripe, especialmente para grupos de risco, e o uso de boas máscaras para qualquer pessoa com sintomas de resfriado, gripe ou que for a uma unidade de saúde”, destaca Gomes. Ele ainda ressalta que, independentemente do motivo da visita ao posto de saúde, o uso de máscara é fundamental para evitar o contágio e a circulação de vírus respiratórios. “São pequenos cuidados que cada um de nós pode tomar nesse momento e que vão acabar ajudando toda a população”, conclui.
Estatísticas Recentes
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de influenza A (25,8%), influenza B (0,4%), vírus sincicial respiratório (56%) e SARS-CoV-2/COVID-19 (4,5%). Entre os óbitos, a presença desses vírus entre os positivos foi de influenza A (47,6%), influenza B (0,3%), vírus sincicial respiratório (17,6%) e SARS-CoV-2/COVID-19 (26,6%).
Crescimento por Estados e Capitais
A atualização do InfoGripe aponta que 17 estados apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Acre, Amazonas, Amapá, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe.
Entre as capitais, 11 cidades mostram indícios de aumento de SRAG: Aracaju (SE), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), Macapá (AP), Natal (RN), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA).
Resultados de 2024: Casos e Óbitos
Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 63.489 casos de SRAG, sendo 30.918 (48,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 22.939 (36,1%) negativos, e ao menos 6.047 (9,5%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes devido ao fluxo de notificação de casos e inserção dos resultados laboratoriais associados. Dentre os casos positivos deste ano, tem-se influenza A (18,8%), influenza B (0,4%), vírus sincicial respiratório (42,6%) e SARS-CoV-2/COVID-19 (25,3%).
Óbitos por SRAG em 2024
Em relação aos óbitos de SRAG em 2024, já foram registrados 4.162 óbitos, sendo 2.362 (56,8%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 1.433 (34,4%) negativos, e ao menos 123 (3,0%) aguardando resultado laboratorial. Entre os positivos deste ano, tem-se influenza A (22%), influenza B (0,4%), vírus sincicial respiratório (6,8%) e SARS-CoV-2/COVID-19 (66,8%).
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