Impacto do uso de Cannabis nos resultados da COVID-19: Um Estudo Abrangente
Nos últimos anos, a legalização e o uso da cannabis têm se expandido significativamente nos Estados Unidos, tanto para fins recreativos quanto medicinais. Entretanto, um estudo recente publicado na JAMA Network Open trouxe à tona descobertas alarmantes sobre os potenciais impactos do uso da cannabis nos resultados de COVID-19, comparando-os aos riscos associados ao tabaco. A pesquisa, conduzida por especialistas da Escola de Medicina da Universidade de Washington, revela dados cruciais que podem mudar a percepção pública sobre os efeitos dessa substância durante a pandemia.
Resultados do Estudo e Associações Cruciais
O estudo analisou um impressionante grupo de 72.501 indivíduos que contraíram COVID-19 em centros de saúde do Centro-Oeste dos EUA ao longo dos dois primeiros anos da pandemia. Dentre os participantes, uma correlação direta entre o uso atual de cannabis e desfechos mais severos da doença foi estabelecida. Aqueles que relataram uso regular de cannabis, em qualquer frequência, mostraram uma propensão significativamente maior à hospitalização e à necessidade de cuidados intensivos, quando comparados aos não usuários.
Cannabis no início da floração. |
Dos participantes do estudo, 9,7% admitiram usar cannabis atualmente. Este grupo apresentou um risco aumentado de hospitalização (odds ratio [OR] 1,80; intervalo de confiança [IC] de 95%, 1,68 a 1,93) e internação na UTI (OR 1,27; IC 95%, 1,14 a 1,41), embora não tenha havido uma associação significativa com mortalidade por todas as causas (OR 0,97; IC 95%, 0,82-1,14).
Comparativamente, o tabagismo atual também demonstrou aumentar os riscos relacionados à COVID-19, corroborando estudos anteriores. Fumantes atuais apresentaram uma probabilidade elevada de hospitalização (OR 1,72; IC 95%, 1,62 a 1,82), internação na UTI (OR 1,22; IC 95%, 1,10 a 1,34) e mortalidade por todas as causas (OR 1,37, 95% IC, 1,20 a 1,57).
Implicações para a Saúde Pública e Futuras Pesquisas
As descobertas do estudo são particularmente relevantes em um contexto onde a cannabis é frequentemente percebida como uma alternativa "mais segura" ao tabaco e ao álcool. O Dr. Li-Shiun Chen, principal autor do estudo, enfatiza que a percepção de que a cannabis é inofensiva pode ser equivocada quando se trata de COVID-19. "É crucial entender que, embora alguns estudos sugiram benefícios potenciais da cannabis em modelos animais ou celulares, nossos dados baseados em cuidados reais com pacientes indicam resultados diferentes", declarou o Dr. Chen.
Os resultados levantam questões importantes sobre como o uso da cannabis pode afetar indivíduos com diferentes comorbidades, como obesidade, diabetes e doenças cardíacas, que são fatores de risco conhecidos para resultados mais severos da COVID-19. Esta pesquisa sublinha a necessidade urgente de investigações mais aprofundadas e direcionadas para entender melhor essas associações e seus mecanismos subjacentes.
Conclusão e Considerações Finais
Em suma, o estudo publicado na JAMA Network Open destaca um aspecto crucial e frequentemente negligenciado dos efeitos da cannabis na saúde pública durante a pandemia de COVID-19. As descobertas não apenas desafiam a percepção popular sobre os benefícios da cannabis, mas também sublinham a importância de abordagens baseadas em evidências para orientar políticas de saúde pública e práticas clínicas.
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