Um estudo inovador publicado na revista Nature revelou que a malária, uma doença antiga e mortal, tem uma história muito mais longa e complexa do que se pensava anteriormente. A equipe de pesquisadores liderada pela geneticista Megan Michel, do Centro de Investigação Max Planck-Harvard para a Arqueociência do Mediterrâneo Antigo, utilizou técnicas de DNA antigo para detectar a presença do parasita Plasmodium em restos humanos antigos.
A análise de mais de 10.000 genomas humanos antigos coletados em diferentes partes do mundo permitiu aos pesquisadores identificar 36 casos de malária, datando desde um homem que morreu há 5.600 anos na Alemanha até soldados enterrados na Bélgica no início do século XVIII. Além disso, a equipe encontrou o primeiro caso conhecido de malária na América do Sul, datado de cerca de 1600 d.C., sugerindo que os colonos europeus introduziram a doença no Novo Mundo.
Essas descobertas mudam nossa compreensão da história da malária, que até agora era considerada uma doença invisível arqueologicamente. A detecção de DNA do Plasmodium em restos humanos antigos permite aos cientistas rastrear a evolução e a disseminação da doença ao longo do tempo.
A malária é uma doença antiga que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, causando cerca de 600 mil mortes por ano. Embora tenha sido erradicada em grande parte da Europa e da América do Norte no início do século XX, a doença ainda é endémica em muitas regiões tropicais.
O estudo também aborda o debate sobre como a malária se espalhou pelas Américas. Os resultados sugerem que a doença foi trazida para o continente por colonos europeus e posteriormente pela introdução de pessoas escravizadas da África.
Essas descobertas têm implicações importantes para a compreensão da história da malária e da sua disseminação global. Além disso, o método utilizado pode ser aplicado para detectar outras doenças infecciosas em restos humanos antigos, abrindo novas perspectivas para a pesquisa em patogenia antiga e doenças genéticas.
Mapa Malária |
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A malária foi transmitida para a América do Sul através de várias rotas, incluindo a colonização europeia e o comércio de escravos. Aqui estão os principais pontos sobre como a malária foi transmitida para a América do Sul:
- Colonização Europeia: Os colonos europeus, especialmente os espanhóis e portugueses, trouxeram a malária para a América do Sul. Eles viajavam de áreas endêmicas de malária na África e na Ásia e, ao chegar às Américas, transmitiram a doença para as populações locais.
- Comércio de Escravos: O comércio de escravos também desempenhou um papel significativo na transmissão da malária para a América do Sul. Os escravos africanos, que eram transportados para as Américas, muitas vezes carregavam a doença consigo. Quando eles chegavam às Américas, os mosquitos locais se infectavam ao se alimentar do sangue dos escravos, e então transmitiam a doença para outras pessoas.
- Mosquitos Locais: Os mosquitos locais, como o Anopheles, estavam presentes nas Américas antes da chegada dos colonos e escravos. Esses mosquitos eram capazes de transmitir a malária, e quando se alimentavam do sangue de pessoas infectadas, eles se tornavam vetores da doença.
- Expansão da Malária: A malária se espalhou rapidamente pela América do Sul, especialmente em áreas com climas quentes e úmidos. A doença se tornou endêmica em muitas regiões, afetando tanto as populações indígenas quanto os colonos e escravos
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PALAVRAS-CHAVE:
Malária Anopheles Amazônia Controle Transmissão Vetores Mosquitos Inseticidas Saúde Pública
📙 GLOSSÁRIO:
🖥️ FONTES :
Michel, M., et al. (2024). Ancient DNA reveals the hidden history of malaria. Nature, 1-10.
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