Importância da vacinação contra a poliomielite
A poliomielite é uma doença grave causada pelo poliovírus, que pode levar à paralisia permanente e, em alguns casos, à morte. No passado, essa enfermidade afetava milhares de crianças no mundo, causando sequelas motoras significativas. Felizmente, a vacinação tem se mostrado a única maneira eficaz de prevenir a doença, sendo crucial para a saúde pública.
Histórico da poliomielite e erradicação no Brasil
Propagação inicial e impacto social
A poliomielite começou a se propagar no Brasil no início do século XX, deixando um rastro de crianças com sequelas graves. A Associação de Assistência à Criança com Deficiência (AACD) foi fundada em resposta ao alto número de casos de paralisia infantil. Durante décadas, a doença causou um sofrimento imenso, sendo comum ver crianças utilizando aparelhos ortopédicos e pulmões de aço para respirar.
Vacinação e controle da doença
Com a criação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 1973, o Brasil iniciou uma campanha massiva de vacinação. A vacina oral Sabin (VOP) foi uma ferramenta fundamental nessa luta. A partir de 1980, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um plano global de imunização, que ajudou a reduzir drasticamente os casos de pólio. Em 1989, o Brasil registrou seu último caso de poliomielite, e em 1994, a doença foi oficialmente erradicada do país.
Desafios atuais e necessidade de reforço
Queda na cobertura vacinal
Desde 2016, o Brasil tem observado uma queda na adesão à vacinação contra a poliomielite. Em 2023, apenas 84,63% das crianças foram vacinadas, abaixo da meta de 95%. Essa redução na cobertura vacinal aumenta o risco de reintrodução do vírus, especialmente considerando que o poliovírus ainda circula em países como Paquistão, Nigéria e Afeganistão.
Ameaça de reintrodução do vírus
A baixa taxa de vacinação deixa a população vulnerável. Segundo especialistas, a reintrodução do vírus pode ocorrer através de viajantes infectados. A única forma de prevenir um novo surto é garantir que todas as crianças estejam vacinadas. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) incluiu o Brasil na lista de países em risco, destacando a necessidade urgente de aumentar a cobertura vacinal.
Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite
Objetivos da campanha
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite visa vacinar 95% das crianças menores de cinco anos. Este ano, a campanha ocorre até 14 de junho, com as vacinas disponíveis nas unidades básicas de saúde mesmo após essa data. O objetivo é lembrar a população da importância da vacinação e evitar a reintrodução da doença.
Estrutura da campanha
O esquema vacinal para a poliomielite inclui três doses da vacina injetável (VIP) aos dois, quatro e seis meses de idade, além de dois reforços com a vacina oral bivalente (VOP) aos 15 meses e aos quatro anos. Durante a campanha, todas as crianças recebem uma dose da VOP, mesmo aquelas que já completaram o esquema inicial.
Perguntas frequentes sobre a vacinação contra a poliomielite
Quem deve tomar a vacina?
Todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas contra a poliomielite, conforme o calendário do PNI.
Necessidade de reforço
Mesmo as crianças que já receberam todas as doses devem participar da campanha sazonal para garantir proteção contínua.
Proteção completa
A proteção contra a poliomielite só é garantida com o esquema completo de três doses da VIP e dois reforços com a VOP.
Vacinas utilizadas
Utilizamos a vacina oral atenuada (VOP) e a vacina injetável inativada (VIP). A VOPb, contendo os sorotipos 1 e 3, é gradualmente substituída pela VIP no Brasil.
Efeitos colaterais
A maioria das crianças vacinadas não apresenta efeitos colaterais, podendo ocorrer raramente vermelhidão e inchaço no local da injeção.
Contraindicações
A VOP é contraindicada para gestantes, pessoas com alergia grave a componentes da vacina e indivíduos com doenças do sistema imunológico. A VIP é contraindicada para pessoas com histórico de alergia grave à dose anterior.
Transmissão da poliomielite
O vírus é transmitido de pessoa para pessoa por via fecal-oral ou por alimentos e água contaminados.
Sintomas da poliomielite paralítica
Os sintomas incluem febre, dores musculares, dores de cabeça e diminuição da força nos membros, que podem evoluir rapidamente para paralisia.
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Diagnóstico
O diagnóstico é confirmado através da análise de amostras de fezes em laboratório, coletadas até 14 dias após o início da paralisia.
Conclusão
A vacinação contra a poliomielite é essencial para proteger nossas crianças e evitar o ressurgimento de uma doença devastadora. A adesão à Campanha Nacional de Vacinação é vital para mantermos a erradicação da pólio e garantirmos a saúde das futuras gerações.