O envenenamento por picada de cobra é um problema de saúde global reconhecido, classificado como Doença Tropical Negligenciada (DTN) pela Organização Mundial da Saúde. Estima-se que anualmente ocorram entre 1,8 e 2,7 milhões de envenenamentos, resultando em 81.000 a 138.000 mortes e mais de 400.000 sobreviventes com sequelas debilitantes em todo o mundo.
No México, as informações epidemiológicas disponíveis sobre acidentes por picada de cobra são inadequadas. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI) e o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), uma média de 3.893 picadas e 35,5 mortes foram relatadas anualmente de 2003 a 2019. No entanto, esses dados subestimam o verdadeiro fardo epidemiológico devido a fatores como a busca por tratamentos tradicionais, falta de informações sobre sequelas a longo prazo e subnotificação por unidades de saúde.
Composição do Veneno de Cobra
Embora faltem informações específicas para o México, é plausível que, semelhante ao resto das Américas, mais de 90% dos envenenamentos por picadas de cobra sejam causados por cobras da família Viperidae (viperídeos) devido à sua prevalência. No México, existem dez gêneros de viperídeos, compreendendo um total de 74 espécies.
O veneno das víboras é composto por três famílias de proteínas dominantes: fosfolipases A2 (PLA2s), metaloproteases de veneno de cobra (SVMPs) e serina proteases de veneno de cobra (SVSPs). Juntas, essas famílias representam cerca de 77% do proteoma do veneno. A composição do veneno pode variar de acordo com fatores como dieta, idade, sexo e espécie da cobra, tornando o desafio para a saúde pública ainda mais complexo.
Antivenenos Disponíveis no México
Dois antivenenos comerciais estão atualmente disponíveis para tratar envenenamento por picada de cobra viperídeo no México: Antivipmyn e Faboterápico Polivalente Antiviperino (Birmex). Ambos são derivados de fontes equinas e utilizam fragmentos F(ab')2 como seus componentes ativos, mas são baseados em diferentes imunógenos de veneno.
O Birmex é produzido pelos Laboratorios de Biológicos y Reactivos de México SA de CV, uma empresa estatal, e emprega uma mistura de venenos de Crotalus basiliscus e Bothrops asper como imunógeno. O Antivipmyn, produzido pelos Laboratórios Silanes SA de CV, usa veneno de B. asper e C. simus como imunógenos.
Além disso, a Inosan Biopharma está desenvolvendo um antiveneno experimental chamado Inoserp, usando uma mistura de venenos de várias espécies de Bothrops e Crotalus.
Embora os antivenenos sejam essenciais para o tratamento de envenenamentos por picada de cobra, estudos recentes revelam desafios em sua composição e eficácia. Pesquisas adicionais são necessárias para melhorar a qualidade e a cobertura desses produtos, a fim de reduzir o impacto dessa doença negligenciada no México e em todo o mundo.
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https://journals.plos.org/plosntds/article?id=10.1371/journal.pntd.0012152
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