Pesquisa epidemiológica confirma presença de verme causador de Meningite Eosinofílica em caramujos de Nova Iguaçu
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Rio de Janeiro, 5 de julho de 2024 - Em um trabalho de pesquisa epidemiológica, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) confirmou a presença do verme Angiostrongylus cantonensis, causador de meningite eosinofílica, em caramujos coletados na cidade de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, no estado do Rio de Janeiro.
A identificação foi realizada pelo Laboratório de Malacologia do IOC, que atua como laboratório de referência nacional em esquistossomose-malacologia. O serviço de referência foi acionado pela Secretaria Municipal de Saúde de Nova Iguaçu após a confirmação de um óbito pela doença no município, em 22 de abril.
Investigação de Campo
Profissionais da Superintendência de Vigilância em Saúde Ambiental do município (Suvam/Nova Iguaçu) e do Laboratório de Malacologia do IOC realizaram coletas de caramujos em diferentes pontos do bairro Ipiranga, pertencente à Unidade de Governo Regional do Cabuçu (URG Cabuçu), onde o paciente contraiu a infecção. O verme causador da doença foi detectado em um caramujo aquático do gênero Pomacea, popularmente conhecido como lolô ou aruá.
Ciclo de transmissão e cuidados necessários
No ciclo de vida do Angiostrongylus cantonensis, roedores (como ratos urbanos) atuam como hospedeiros das formas adultas do parasita, que se reproduzem no corpo dos animais e geram larvas. Essas larvas são eliminadas nas fezes dos ratos e ingeridas pelos caramujos. Dentro dos moluscos, elas adquirem a forma capaz de infectar animais vertebrados, incluindo os seres humanos.
A infecção humana ocorre quando as pessoas ingerem um caramujo infectado ou o muco que ele libera, contendo as larvas do verme. Por isso, a Chefe do Laboratório de Malacologia do IOC, Silvana Thiengo, alerta para a importância da conscientização sobre a doença e dos cuidados necessários:
Orientações para a População
- Não comer caramujos crus ou mal cozidos, incluindo caracóis terrestres, lesmas e caracóis aquáticos.
- Lavar bem frutas e vegetais, deixando-os de molho por 30 minutos em uma mistura com um litro de água e uma colher de sopa de água sanitária, enxaguando-os bem em água corrente antes do consumo.
- Ao manusear caramujos, usar luvas ou sacos plásticos para proteger as mãos.
- Colocar os caramujos coletados em um recipiente com água fervente por 5 minutos, quebrar as conchas e enterrá-las ou descartá-las no lixo.
Casos anteriores e importância do diagnóstico
O caso registrado em Nova Iguaçu foi a terceira infecção humana confirmada no estado do Rio de Janeiro. Os outros 2 casos foram registrados em um estudo de 2014, que mapeou a disseminação da meningite eosinofílica no país.
Para o chefe do Laboratório de Malacologia do IOC, o cenário reforça a necessidade de atenção dos serviços de saúde para o diagnóstico do quadro, uma vez que a doença pode levar a quadros graves e, em alguns casos, à morte.
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