No Fórum Aberto de Doenças Infecciosas, pesquisadores do Centro Nacional de Doenças Infecciosas em Cingapura apresentaram um estudo que associa a infecção por dengue a um risco ligeiramente maior de infecção subsequente por COVID-19 e a um risco significativamente maior de doença grave por COVID-19 e hospitalização.
Metodologia e Amostragem
Os pesquisadores utilizaram dados de registros nacionais para avaliar infecções e resultados de COVID-19 entre quase 3,4 milhões de adultos de julho de 2021 a outubro de 2022. Este período abrangeu as ondas das variantes Delta e Ômicron do SARS-CoV-2, que seguiram um surto de dengue.
Principais Descobertas
- Infecções por Dengue: Foram documentadas 13.434 infecções por dengue, com 96,8% dos casos sendo leves e não exigindo hospitalização.
- Infecções por COVID-19: Houve 1.253.520 casos subsequentes de COVID-19, com 9,2% ocorrendo durante a onda Delta e 90,8% durante a onda Ômicron. A maioria dos casos (82,3%) ocorreu em pessoas que receberam uma dose de reforço da vacina antes da infecção.
- Risco de COVID-19 Grave: A infecção por dengue foi associada a um risco modestamente elevado de infecção subsequente por COVID-19 (razão de risco ajustada [aHR], 1,13) e a um risco mais que triplo de COVID-19 grave (aHR, 3,39) e hospitalização (aHR, 3,25).
Impacto da Dengue Prévia
Os dados mostraram que a incidência não ajustada de COVID-19 foi de 894,7 casos por milhão de pessoas-dia em adultos sem dengue prévia, em comparação com 1.537,5 por milhão de pessoas-dia entre aqueles com dengue. Além disso, um menor risco de reinfecção grave por COVID-19 e hospitalização foi observado com um maior tempo desde a infecção por dengue. Especificamente, o risco de hospitalização por COVID-19 foi menor entre aqueles que tiveram dengue 1 ou 2 anos antes (razão de chances ajustada [aOR], 0,39) e 3 ou mais anos antes (aOR, 0,33), em comparação com menos de 1 ano antes.
Implicações para a Saúde Pública
Os autores do estudo destacam a importância de compreender se a dengue prévia pode conferir proteção cruzada contra a COVID-19, especialmente em países tropicais onde há risco de sobreposição de epidemias de dengue e COVID-19. "Elucidar se a dengue prévia potencialmente confere proteção cruzada contra a COVID-19 é de importância para a saúde pública em países tropicais com risco de sobreposição de epidemias de dengue e COVID-19", escreveram os autores.
Possíveis Explicações
O aumento do risco de resultados adversos da COVID-19 após a infecção por dengue pode ser atribuído a fatores sociodemográficos sobrepostos que predispõem indivíduos tanto à infecção por dengue quanto à COVID-19 grave. Outra possibilidade é a de um mecanismo de aprimoramento dependente de anticorpos, onde a infecção anterior por dengue poderia aumentar o risco de COVID-19 grave subsequente.
Conclusão
Este estudo sublinha a complexidade das interações entre diferentes doenças infecciosas e a necessidade de mais pesquisas para entender completamente os mecanismos subjacentes. As descobertas podem influenciar estratégias de saúde pública em regiões onde a dengue e a COVID-19 são prevalentes, ajudando a proteger populações vulneráveis de resultados adversos graves.
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