Altas Frequências de Mutação Kdr e Infecção por Chikungunya em População de Aedes aegypti de Minas Gerais, Brasil
Estudo revela alta resistência a inseticidas e infecção por Chikungunya em mosquitos Aedes aegypti em Minas Gerais. Resultados alarmantes destacam necessidade de novas estratégias de controle.
Introdução
O artigo “Altas frequências de mutação kdr e infecção por Chikungunya em população de Aedes aegypti de Minas Gerais, Brasil”, publicado no periódico internacional Pathogens, apresenta os resultados de um estudo sobre o surto de Chikungunya no norte de Minas Gerais. Entre os autores está o professor Filipe Vieira Santos de Abreu, do IFNMG-Campus Salinas. Este trabalho faz parte da edição especial "Epidemiologia Molecular de Vírus Emergentes" da revista Pathogens.
Principais Descobertas
O estudo revelou que mais de 95% dos mosquitos coletados e submetidos ao sequenciamento genético apresentavam mutações kdr, que conferem resistência aos inseticidas à base de piretroides, comuns em inseticidas domésticos e nos "carros do fumacê". Segundo o professor Filipe Abreu, essa resistência ajuda a explicar a intensidade do surto de chikungunya na região.
Mosquito Aedes aegypti |
Utilização de Mídias Sociais na Pesquisa
As mídias sociais foram utilizadas para otimizar o levantamento entomológico, permitindo que moradores com suspeita de infecção pelo vírus Chikungunya agendassem coletas de mosquitos. Com isso, foram coletados mais de 400 mosquitos em 40 residências em Salinas (MG), aumentando a chance de encontrar mosquitos infectados.
Resistência e Controle Vetorial
Os pesquisadores concluíram que as populações de mosquitos no norte de Minas Gerais possivelmente estão resistentes aos inseticidas, o que compromete as estratégias de controle vetorial. Em 2023, Minas Gerais enfrentou o maior surto de Chikungunya já registrado, com 69.331 casos confirmados até outubro, sendo 31.410 na região norte do estado.
Vigilância Entomológica e Sequenciamento Genético
O estudo enfatiza a importância da vigilância entomológica para compreender a epidemiologia e o controle das infecções por CHIKV. Os pesquisadores conseguiram sequenciar o genoma do vírus, mostrando que o Chikungunya que circulou no Sudeste em 2023 era semelhante ao que circulou em São Paulo em 2022.
Colaborações e Métodos
A pesquisa contou com a colaboração da Fundação Ezequiel Dias e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para o sequenciamento do vírus e dos mosquitos. A captura, identificação das espécies e o diagnóstico viral foram realizados no laboratório do IFNMG-Campus Salinas.
Conclusão
Os autores do estudo ressaltam a necessidade urgente de estratégias inovadoras de controle de vetores e desenvolvimento de novas vacinas para mitigar surtos de doenças arbovirais. A colaboração entre pesquisadores, profissionais de saúde pública e a comunidade é essencial para reforçar a vigilância entomológica e enfrentar os desafios das doenças transmitidas por mosquitos.
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